Pois, o que será exposto a seguir fala de obscenidades. Não aquela pornografia que costuma circular na internet, mas algo despido de decência na aplicação do dinheiro do contribuinte em uma das áreas em que o povo mais necessita de investimentos: a saúde.
Como a legislação vigente exige detalhamento das despesas do dinheiro repassado pelo SUS ao nível de cobrar até quantas agulhas, por exemplo, um posto de saúde comprou no trimestre, então, os administradores desses recursos preferiram colocar como "composição de saldo" daquilo que não foi gasto. E é aí que constatamos inúmeras barbaridades e descaso com a saúde da população, por parte de uma secretaria que prefere devolver recursos a aplicá-los naquilo para que foram destinados.
Assim, podemos constatar que, no relatório do primeiro trimestre de 2008, a SESMA devolveu exatos R$2.370.640,00 destinados ao Programa Farmácia Básica, ou seja, devolveram mais de dois milhões de reais que deveriam ser gastos na aquisição de medicamentos para distribuir por uma clientela que necessita urgentemente desses medicamentos para sobreviver. Pior, no segundo trimestre daquele ano voltaram a devolver e, dessa vez, mais recursos ainda tornaram aos cofres do SUS porque a SESMA não teve o menor interesse em gastá-los. A propósito, foram devolvidos R$2.583.091,52.
Esse é, infelizmente, não apenas um caso isolado, mas, mais um item do mau uso sistemático do dinheiro público. Há outros tantos exemplos aberrantes capazes de fazer corar de vergonha até urso polar. Por isso, como vereador e membro da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Belém, pretendo cobrar explicações a respeito dessa incúria e, caso tais explicações não sejam convincentes, encaminhar ao Ministério Público pedido de providências legais cabíveis ao caso.
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