Hoje, 26, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém prestou contas em Audiência Pública realizada na Câmara. Participaram da reunião os vereadores Marquinho (PT), Nadir Neves (PTB), Fernando Dourado (DEM), Carlos Augusto (DEM) e Antônio Vinagre (PTB). A Secretária da Sesma, Sylvia Santos, não compareceu à audiência e enviou representantes: Carmem Célia, assessora de planejamento e Adilson Loureiro, coordenador do Fundo Municipal de Saúde. A reunião também contou com a presença de Paulo Bronze, do Sindicato dos Médicos, Promotora Suely Cruz, do Ministério Público Estadual, Herbert Almeida, diretor geral da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão, representantes do Conselho Estadual de Saúde, e várias lideranças comunitárias.
A prestação de contas foi referente aos anos 2008 e 2009 e iniciou com a explanação de Carmem Célia, assessora de planejamento da Sesma. Foi apresentado um relatório de gestão, de procedimentos básicos, acompanhamento do pré-natal, Programa Saúde da Família, procedimentos ambulatoriais, procedimentos especializados, internações, sendo que a apresentação deixou muitas dúvidas e perguntas sem respostas, deixando os vereadores e demais representantes de entidades da saúde intrigados.
Foram apresentados dois quadros demonstrando o número de internações realizadas nos períodos de 2008 e 2009, nos Prontos Socorros Municipal Mário Pinoti (14 de Março) e Humberto Maradei (PSM do Guamá), e, de acordo com os dados expostos, 64,8% das internações realizadas no hospital são provenientes de pacientes residentes em Belém, enquanto que apenas 35,2% são de outros municípios. “Então cai por terra o discurso da prefeitura quando esta afirma que não consegue atender toda a população devido a grande demanda dos outros municípios”, afirmou o presidente da Comissão de Saúde da CMB, Vereador Marquinho.
“O hospital Metropolitano absorveu muitos pacientes do município. O PSM Mário Pinoti não tem como gastar cinco milhões por ano, se o número de atendimentos caiu. Se compararmos com o hospital Metropolitano, que possui uma estrutura muito maior e atende à todo o Estado, verificamos que o número de atendimentos também é este. Tem algo de errado nisso”, afirmou Paulo Bronze, do Sindicato dos Médicos do Pará.
A prestação de contas continuou com a apresentação dos relatórios financeiros, apresentando as origens, repasses e aplicações dos recursos investidos na saúde, demonstrando um quadro preocupante e que revela a incoerencia da gestão municipal em relação ao que preconiza o SUS, pois dos mais de 450 milhôes anuais da saúde para o município de Belém, 50% vai para Média e Alta complexidade, enquanto apenas 08% são aplicados em atenção básica, o que expõe claramente que prevenção não é a prioridade desta gestão. Além disso, duas questões ainda mais graves foram apresentadas; que menos de 1% é investido na melhoria da rede física e em equipamentos e menos de 0,5% é investido em capacitação.
Além disso, a apresentação demosntrou também algo inusitado, pois em todos os trimestres de 2008 e 2009 houve sobra de recurso como em prevenção em HIV/AIDS e outras DSTs em que a SESMA mostrou um gasto de cerca de 340 mil reais, houve sobra de cerca de R$ 1.400.000.00 (Hum milhão e quatrocentos mil reias), e fármacia básica em que a SESMA apresentou um gasto de cerca de R$ 2.500.000.00 (Dois milhões e quinhentos mil reais), sobrou cerca de R$ 8.000.000;00 (Oito milhões de reais), sendo que o montante de recurso apresentados como sobra variou entre R$ 33.000.000.00 e R$ 45.000.000.00 (Milhões de reais) a cada trimestre, caindo por terra a desculpa de que o caos na saúde em Belém e por conta da falta de recursos, indagou o Ver. Marquinho.
O Vereador Marquinho mostrou-se preocupado e indignado com a situação da saúde em Belém, e perguntou se é preciso haver uma audiência pública para que a SESMA tome providencias em relação aos equipamentos de mamografia e ultrasonografia que estão parados na casa de saúde da mulher, e em relação ao PCCU (Preventivo do cancer de colo de útero) que não estão sendo realizados em várias unidades de saúde, e como consequencia deste descaso, Belém está entre as capitais com maior indice de mulheres com cancer de mama e de colo de útero (Denunciou o Ver. Marquinho).
Em relação a CASA AD (Alcool e Droga), o Ver. Marquinho apresentou um quadro caótico, pois todos os banheiros estão interditados, não há iluminação,e ainda não foram informados destinação de recursos aprovados e liberados pelo Ministério da Saúde àquela unidade, como; R$ 1.000.000.00 (hum milhão de reais) destinados a implantação de um programa nacional chamado "Consultórios de rua", R$ 100.000.00 (Cem mil reais) para reforma da CASA AD e R$ 48.000.00 (Quarenta e oito mil reais) para compra de equipamentos, além disso o Ver. Marquinho denunciou mais uma vez que CASA AD está com o alvará de funciomento vencido desde de 2008, apresentando a cópia do documento aos representantes da SESMA.
Sobre o Programa Saúde da Família (PFS) o Ver. Marquinho denunciou que o mesmo encontra-se irregular pois a lei federal 11.350 não está sendo observada, pois ACSs estão sendo contratados sem que morem no bairro onde trabalham e de forma temporária com tempo determinado para serem demitidos, além do sucatemanto dos serviço.
Ao Final da audiência, o Vereador Marquinho, informou que só vai entregar o relatório das visitas que realizou nas unidades de saúde quando todos os postos forem visitados, pois há uma demanda muito grande de pedidos da comunidade e de setores (SAMU, PSFs, Casa da Mulher, entre outros).
A sessão encerrou com o encaminhamento de realizar no dia 17 de outubro a prestação de contas dos anos de 2010 e 2011, sendo que o vereador Marquinho disse que vai cobrar a presença da secretária municipal de saúde e de todos os assessores que tenha condições de responder aos questinamentos que surgirem durante a audiência.