O cacique Mário Juruna costumava usar um gravador para registrar todas as conversas que mantinha com autoridades com quem tinha de tratar assuntos relacionados aos problemas das indígenas, pois, só assim podia registrar o quão mentirosas eram essas autoridades.
Certamente, procedimento inversamente proporcional ao da secretária de administração do Estado, Alice Viana, que inventou um mecanismo teratológico de ocultação de fatos inerentes à coisa pública, quando fez membros de uma associação de servidores assinar um "termo de compromisso" de que nada do que fora tratado na audiência deveria ser divulgado, nem por palavras ou imagens, sem autorização da dita secretária.
O que pretende ocultar Alice? Ou, melhor, será que ela está possuída por uma espécie de sentimento que acometeu o embaixador Rubens Ricúpero, aquele que pensava que as câmeras estavam desligadas e confessou para todo o país, quando era ministro de FHC, que as coisas boas do governo ele divulgava, as ruins ele escondia?
Decididamente, Alice sabe que serve a um governo que está longe de ser um "país das maravilhas". Porém, foi longe demais na construção de sua fantasia ao ponto de transformar cidadãos e cidadãs, que lutam por seus direitos, em personagens de lata subtraindo seus direitos à manifestações e a lutar por uma vida mais digna. Tudo em função da preservação da imagem de um governo que, por si só, se auto destroi a partir de gestos desvairados como esse da secretária. Será?
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