A crise entre israelenses e palestinos ganhará mais um elemento na
próxima semana, quando a Assembleia Geral da Organização das Nações
Unidas (ONU) discutirá a concessão do status de Estado observador para a Palestina. Segundo diplomatas, a mudança de status
é o estímulo necessário para levar adiante a discussão sobre a criação
do Estado independente da Palestina. Os debates estão marcados para os
próximos dias 29 e 30.
Nos últimos anos, os palestinos intensificaram a campanha para obtenção do status
de Estado observador da ONU, como ocorre com o Vaticano, mas a proposta
enfrenta resistência das delegações de Israel e dos Estados Unidos. Em
meio às recentes tensões, os palestinos redobraram os esforços para
conquistar votos entre os europeus que estão divididos.
O Brasil e os demais países do Mercosul – Argentina, Paraguai,
Uruguai e Venezuela – já se manifestaram a favor, assim como a Índia e a
África do Sul. O governo brasileiro assumiu o papel de um dos
co-patrocinadores da campanha em apoio à concessão do novo status
para a Palestina. O emissário do Brasil para o Oriente Médio mais a
Turquia e o Irã, embaixador Cesário Melantonio Neto, disse à Agência Brasil que é o momento de os brasileiros serem agregados às negociações.
Para Melantonio Neto, o chamado Quarteto (Rússia, China, Estados
Unidos e União Europeia), designado como mediador do processo de paz no
Oriente Médio, mostrou sua “inoperância” não só com a crise recente na
região da Faixa de Gaza, envolvendo israelenses e o Hamas, movimento de
resistência islâmica que controla parte da área, como também na Síria,
que há 20 meses está em clima de guerra.
“A crise mostrou isso, como o Quarteto é inoperante e a própria Liga
Árabe [integrada por 22 nações] defende a ampliação dos mediadores”,
disse à Agência Brasil o embaixador. “O Brasil tem
espaço para isso porque não sofre as restrições que outros países têm
entre palestinos e israelenses.”
Em relação à defesa da concessão do status de Estado
observador para a Palestina e a criação de um Estado autônomo, o
embaixador esclareceu que “essa não é uma posição nova do Brasil. É uma
posição histórica. A aprovação do novo status deve levar a um processo de negociação mais amplo [que chegará à questão da criação do Estado da Palestina].”
(Agência Brasil)
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