A nota oficial do governador Marconi Perillo em que tenta
desqualificar o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito que investigou o senhor Carlos Cachoeira apenas revela uma
tentativa desesperada de salvar seu mandato e seu governo, em razão dos
vínculos estreitos e perigosos mantidos com a organização criminosa
chefiada por Cachoeira.
Diferentemente do que afirma o chefe do Executivo goiano, trata-se de
um relatório sereno, coerente e contundente na demonstração de que o
governador e a alta cúpula de seu governo estavam à mercê dos desígnios
de uma organização criminosa incrustrada no estado de Goiás.
O relatório demonstra com riqueza de detalhes, substanciado em provas
amealhadas pela Polícia Federal durante vários meses de investigação e
em documentos em poder da CPMI, que o governador Marconi Perillo havia
firmado, já durante a campanha que o levou ao governo de Goiás, uma
verdadeira parceria política e econômica com a sociedade Delta/Carlos
Cachoeira naquele estado.
A participação do governador Perillo na CPMI, longe de significar um
gesto de lisura ou compromisso ético, foi, ao contrário, uma manobra
preparada para tentar afastar suas vinculações com Carlos Cachoeira,
como se viu em toda a farsa criada em torno da venda de sua casa para o
criminoso.
A investigação realizada pela CPMI apontou com clareza que o
governador efetivamente beneficiava o grupo Delta/Cachoeira, nomeava
para cargos estratégicos em seu governo pessoas indicadas pelo chefe da
organização criminosa e, em troca, recebia recursos financeiros e outros
favores da quadrilha.
O trabalho sério da relatoria mostrou para todo o Brasil, e
principalmente para a sociedade goiana, que, além do próprio governador,
vários secretários, procuradores de Estado e auxiliares diretos do
governo de Goiás também haviam aderido à organização criminosa, em troca
de vantagens financeiras diversas.
Diferentemente do que afirma o senhor Perillo, o relatório faz uma
investigação ampla da empresa Delta para além da região Centro-Oeste e
aponta todos os indícios, inclusive com a identificação de mais de 116
empresas, de irregularidades que poderão ser aprofundadas pelo
Ministério Público e pela própria Polícia Federal.
Não há revanchismo, perseguição ou espírito de vingança por parte do
relator. O relatório final da CPMI retrata uma situação que já se
mostrava pública. Caberá agora ao governador explicar à sociedade
brasileira o motivo que levou seu governo ser partilhado e, em grande
parte, conduzido efetivamente pelo chefe de uma das maiores organizações
criminosas já estruturadas no país.
Com a palavra, o governador Marconi Perillo.
Deputado Jilmar Tatto (PT-SP)
Líder da Bancada do PT na Câmara
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário e assim que for possível, o publicarei no blog. Obrigado pela visita.