Segundas(e más intenções)

Ao dizer em sua nota paga, publicada nos jornais de hoje, que "É importante registrar que o Piso Salarial pago pela SEDUC, no valor de R$ 1.222,00, é apenas o vencimento básico inicial, ao qual se somam vários abonos e gratificações que fazem a média salarial para professores em regime de 8 horas diárias ser de R$ 3.773,00", o governo do estado confessa sua convicção de que arrochar salários é preciso, desde que não seja o salário do próprio governador, de seu vice, dos secretários(mais de 60% de reajuste no início deste ano) e dos assessores mais chegados, para os quais foi até criado mais um nível, com média salarial que significa quase o triplo da média paga aos professores. E com uma carga horária bem mais amena que oito horas diárias, tendo dias que essa carga é igual a zero.
Além dessa discriminação, é preciso que o governador saiba que não é o juiz Elder Lisboa quem faz as leis. Cabe a ele apenas fazer cumpri-las. E essa tarefa inclui todos os cidadãos e cidadãs deste estado. Do governador até o mais humilde paraense. Quando o governador passa por cima de uma lei federal avaliando que seu ato administrativo já é o suficiente, claro que está agindo à margem da lei, quer o referido juiz queira ou não, afinal, a lei que criou o Piso nacional do Salário dos Professores já está em vigor cabendo ao governador apenas submeter-se ao seu cumprimento. Se não faz por achar que o que paga aos professores já está bom demais, mesmo com a referida lei mandando pagar mais, é claro que há algo errado não só com a ação governamental, mas também com a sentença do juiz que chancela esse desrespeito.
Enfim, diante de todos os desmandos cometidos em apenas 11 meses de governo, o que a população menos acredita nesse momento é nessa balela da falta de recursos para cumprir a lei. Recursos há, só precisam ser gastos conforme determinam as leis vigentes no país.