Durante o programa de rádio Café com a Presidenta, transmitido hoje (7) pela manhã, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que a crise econômica mundial, que está abalando principalmente os países da Europa, não pode ser resolvida com desemprego e com a redução dos direitos trabalhistas. E disse que no G20, realizado na semana passada na França, o Brasil manifestou extrema preocupação com a questão do desemprego, que atinge atualmente 200 milhões de pessoas no mundo, sendo a maioria jovens.
“Mas é bom lembrar, Luciano [Seixas, apresentador], que a situação do Brasil é completamente diferente. Aqui, nós estamos trabalhando perto do pleno emprego. Entre janeiro e setembro deste ano, foram criados mais de 2,079 milhões empregos com carteira assinada. Você sabe por que, Luciano, estamos numa situação melhor do que os outros países diante da crise internacional? É que, em 2008, quando essa crise começou, o Brasil optou pelo crescimento e pela consolidação do mercado interno, e não pela recessão.”
Dilma Rousseff comentou a proposta apresentada pelo diretor-geral da OIT em Cannes de criação de um Piso Mundial de Proteção Social, que “se assemelha às políticas sociais do Brasil nos últimos nove anos”. Entretanto, a presidenta defendeu que essa iniciativa tem que ser adaptada à realidade de cada país.
“A própria OIT reconhece que se inspirou, em parte, no Bolsa Família e no programa Brasil sem Miséria. E no documento final da reunião do G20, os países todos reconheceram a importância de uma rede de proteção para as populações extremamente pobres do mundo.”
Ao ser questionada se a crise mundial não afetaria o Brasil, uma vez que o país foi citado no comunicado final do G20 como uma economia sólida, ela destacou que um desequilíbrio financeiro nos países desenvolvidos tem muita influência sobre o cenário mundial. No entanto, pelo fato de o Brasil ter uma economia sólida, bancos controlados e regulados e orçamento equilibrado, tem melhores condições de enfrentar a crise.
Reuniões bilaterais – A presidenta esclareceu ainda que, nos encontros com os presidentes da China, Rússia e África do Sul, além dos primeiros-ministros da Alemanha, Austrália, Cingapura, Turquia e Índia, houve consenso de que a crise não pode ser tratada com recessão e que o grande desafio agora é a retomada do crescimento.
(Blog do Planalto)“Ninguém ganha com a crise. Até agora, os países emergentes vêm sustentando o crescimento da economia mundial, eles também reduziram um pouco o seu crescimento, porque foram atingidos por efeitos indiretos. Mas quem sustenta o crescimento mundial são esses países, somos nós. Os brasileiros podem estar certos que o governo vai continuar atento para evitar qualquer efeito mais grave da crise internacional sobre o Brasil. Vamos continuar gerando emprego e renda, vamos continuar mantendo as nossas finanças sólidas, vamos continuar com as nossas reservas, continuar produzindo na agricultura, no setor de serviços e na indústria. Vamos continuar gerando emprego e garantindo oportunidades para o nosso povo.”
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