domingo, 20 de novembro de 2011

Marquinho participa de palestra sobre a divisão do Pará. Não e não. Ninguém divide o Pará.

Marquinho afirma que divisão não vai solucionar os problemas das regiões distantes

O Vereador Marquinho foi convidado a participar da palestra “A Divisão do Estado do Pará: Você Decide”. O evento aconteceu na última sexta-feira, 18, no auditório do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará. Os palestrantes foram: Vereador Marquinho; os economistas Nelsivaldo de Jesus Bargas e Guaraciaba Silva Sarmento; e o ex-governador Odair dos Santos Corrêa. A metodologia definida foi a expositiva argumentativa, não podendo haver conotações políticas-partidárias.

A primeira a expor suas ideias foi a economista Guaraciaba Silva Sarmento, onde afirmou que, ao pensar a divisão do Pará, devemos considerar três pilares: econômico, social e político. Segundo Sarmento, na esfera econômica devemos levar em consideração o Fundo de Participação dos Estados (FPE), onde 21,5% da receita arrecada do Imposto de Renda e IPI são repassados pela União aos Estados e Distrito Federal. A distribuição dos recursos do FPE deve ser proporcional ao coeficiente individual de participação resultante do produto do fator representativo da população de cada Estado. A economista afirmou que na esfera Social devemos pensar a questão das mazelas sociais. “De que forma estão sendo estudadas as populações tradicionais (ribeirinhos, indígenas e quilombolas)?”, questionou. E na vertente política, Sarmento levou em consideração a preparação dos políticos. “Essa discussão nos traz perdas e ganhos. Os nossos políticos estão preparados para assumir os cargos que almejam?”, perguntou. Guaraciaba é contrária à divisão do Pará
Guaraciaba diz que Pará só tem a perder com a divisão
O economista Nelsivaldo de Jesus Bargas é favorável à divisão do Pará, e fez uma ampla explanação da história do Pará. Segundo Bargas, o Pará precisa ser dividido pois “não há lençol pra todo mundo: ou se cobre a cabeça e descobre o pé, ou se cobre o pé e descobre a cabeça”, afirmou. O economista apresentou o Índice de Desenvolvimento Humano dos três estados, caso sejam criados hoje. Carajás: 0,51; Pará: 0,48; Tapajós: 0,51 “Os índices estão equiparados, ou seja, as três regiões estão em situação delicada. Estão distribuindo pobreza e não riqueza”, disse.
O separatista Nelsivaldo falou sobre o Índice de Desenvolvimento Humano 
O Vereador Marquinho foi o terceiro palestrante a falar e questionou a forma como o plebiscito foi imposto à população. “Me desculpem, mas este processo não está sendo democrático. A população não foi consultada para saber a metodologia da divisão. Tínhamos que saber os prós e os contras”, argumentou. Marquinho questionou o fato do governo do estado estar ausente nas regiões mais distantes da capital, o que só aumenta a vontade de emancipação. "As políticas públicas devem ser descentralizadas. Os deputados que representam as regiões mais distantes devem lutar pelo seu povo, pois a distribuição dos recursos é votada na Assembleia Legislativa. Os deputados federais tem que derrubar a Lei Kandir, que tira milhões de reais que poderiam ser investidos em saúde, educação, segurança, habitação, enfim, o que está faltando é vontade política”, questionou.

"O que está faltando é vontade política", afirmou o Vereador Marquinho 
Marquinho disse que o povo da região do Tapajós e do Carajás tem todo o direito de reivindicar melhorias, mas os argumentos que estão sendo postos não viabilizam o processo de divisão. O vereador reafirmou que essa questão deve ser debatida de forma mais ampla, e no final deixou uma mensagem aos nossos irmãos paraenses que moram em áreas distantes: “Amamos tanto vocês que não queremos que nos separem”, finalizou.

O último a falar foi o ex-governador Odair Corrêa, favorável à divisão. De acordo com Corrêa, o mapa do estado do Tapajós foi desenhado há mais de 158 anos e afirmou que 70% da área do atual Pará são áreas preservadas, os seja, pertencem à União e podem ser tocadas. O ex-governador também disse que com mais seis senadores a região Norte terá mais peso político, o que viabilizaria maior representatividade em Brasília. Odair afirmou que hoje Belém recebe de repasse do Governo Federal, 188 milhões de reais, com a divisão este valor subiria para 313 milhões, 125 milhões a mais. “Vou lutar até o fim para que o estado do Tapajós seja criado. Isso é uma necessidade da população”, disse. 

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