Hoje, 25, a Câmara Municipal de Belém, através da Comissão Permanente de Saúde, realizou audiência pública em homenagem ao Dia Nacional da Alimentação. A proposta da reunião foi dos Conselhos Estadual e Federal dos Nutricionistas, que procuraram o mandato do Vereador Marquinho para debaterem as problemáticas alimentares do Brasil, do Pará e de Belém, e para o lançamento oficial da campanha ‘Fome, obesidade, desperdício: não alimente este problema’.
Participaram da audiência: o Vereador Marquinho; Yonah Lêda Filgueiras e Chaiene Mendonça, Presidente e Vice-Presidente do Conselho Regional dos Nutricionistas; Geraldo Dumont, Presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional; Carmem Lúcia Brandão, representante do Conselho de Alimentação Escolar Municipal; e Leila Borges, secretária geral do CONSEA – Amazonas.
Chaiene Mendonça abriu a reunião fazendo o lançamento oficial da campanha ‘Fome, obesidade, desperdício: não alimente este problema’. Segundo a nutricionista, o brasileiro consome 35 quilos de alimentos e desperdiça 37, enquanto que os restaurantes chegam a desperdiçar 15% do que compram. “Quase 6 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados, e esse montante poderia alimentar 53 milhões de brasileiros. O Brasil produz 25,7% a mais de alimentos do que necessita para a população”, afirmou.
Ainda de acordo com os dados apresentados pela vice-presidente, no Brasil em cada cinco minutos morre uma criança, sendo a maioria proveniente de doenças ligadas á fome, e 65,6 milhões de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar (alimentação inadequada), segundo o IBGE. “Segundo a FAO, um bilhão de pessoas passam fome no mundo”, informou.
Outro assunto abordado na audiência foi a obesidade. A Organização Mundial de Saúde e o IBGE afirmam, respectivamente, que 300 milhões de obesos estão espelhados pelo mundo, sendo que 5,6% encontram-se no Brasil. A obesidade também atinge os pequeninos, onde 30% das crianças brasileiras estão acima do peso e 13% são, de fato, obesas. Os dados afirmam que o impacto da obesidade nos custos da saúde no Brasil chega a 1,5 bilhçao de reais, onde 600 milhões são provenientes do SUS.
Yonah Lêda Filgueiras, Presidente do Conselho Regional dos Nutricionistas, estava representando o Conselho Federal dos Nutricionistas, e afirmou que o poder midiático está impondo mudanças radicais de padrão alimentar, mudando o hábito dos brasileiros. “Estão trocado o feijão, o arroz e a galinha pelos hambúrgueres, bolachas recheadas, miojo e sucos artificiais”, disse.
Filgueiras afirmou ainda que “programas de combate à pobreza estão dando resultados, porém ainda não são suficientes”. Há pouco investimento na política de escoamento da produção agrícola. “Tem a macaxeira no quintal da casa, mas o produtor prefere vender a consumir”, falou.
Segundo dados do IBGE, o grau de insegurança alimentar no Brasil é grave, e chega a 22,7%. Ainda de acordo com o instituto, em 43% dos domicílios brasileiros não há alimentação saudável e em quantidade suficiente assegurada. O SIVAN aponta que 8% das crianças, 29% das gestantes e 18,3% dos idosos estão desnutridos.
Geraldo Dumont, Presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional parabenizou o Vereador Marquinho pela viabilidade da audiência e elogiou as políticas públicas do Governo Federal voltadas para a agricultura familiar. “O Governo Lula criou uma perspectiva imensa quando começou a realizar investimentos na agricultura familiar. Foi um negócio descabido os governos passados não atentarem para essa vertente, que é o que sustenta o nosso país”, afirmou.
A nutricionista Dalva Coutinho lamentou a ausência de outros vereadores. “Quero parabenizar o Vereador Marquinho por este evento, que dentro da nossa labuta, ainda não tinha a oportunidade de vivenciar um momento deste. É uma pena ver esta Casa tão vazia, mas aqui está sendo plantada uma semente e vamos conseguir outras vitórias”, disse.
O Vereador Marquinho parabenizou todos os nutricionistas pelo lançamento da campanha e falou sobre a importância da pauta para a população. “Acho muito louvável alguém que exerce uma profissão e não se preocupa apenas em atender em seus consultórios particulares, mas estão preocupados com a população. Temos um desafio enorme, pois o número de pessoas que estão com obesidade e desperdiçando alimento é muito grande. Precisamos fazer com que, cada vez mais, esse debate esteja na pauta aqui da Casa. Ano que vem tem eleição e os candidatos à prefeito tem que colocar nos programas de governo políticas públicas que possam solucionar os problemas da alimentação”, afirmou o vereador.
Marquinho informou que amanhã, 26, fará um pronunciamento na tribuna da Câmara sobre a audiência e vai conversar com todos os vereadores para ser criada uma frente parlamentar que possa discutir mais intensamente requerimentos e projetos de leis que possibilitem o fortalecimento de ações extremamente necessárias para a questão da alimentação.
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