Mais um criminoso da Veja é condenado
A sentença que condenou Carlinhos Cachoeira a 39 anos de prisão
também reservou um capítulo especial ao detetive Idalberto Matias; ele
foi condenado a 19 anos de prisão por realizar grampos ilegais; a
revista Veja, dirigida por Policarpo Júnior em Brasília, era o principal
"cliente" da dupla Dadá & Cachoeira.
Brasil 247
- O relatório da CPI do caso Cachoeira ainda não foi apreciado pelo
plenário da comissão, mas já se sabe que o jornalista Policarpo Júnior,
diretor de Veja em Brasília, não será indiciado. Pressionado por um
movimento em peso dos grandes veículos de comunicação e por aliados do
PMDB, o deputado Odair Cunha (PT-MG) retirou de seu relatório as
referências feitas a Policarpo Júnior e a outros jornalistas.
Hoje, Odair teria motivos para, eventualmente, rever sua posição. Isso
porque a sentença que, ontem, condenou Carlos Cachoeira a 39 anos de
prisão, do juiz Alderico Rocha Santos, também atingiu o araponga
Idalberto Matias, o Dadá, condenado a 19 anos. Segundo o juiz, Dadá era
responsável pela realização de grampos ilegais.
Sem Dadá, o esquema de Cachoeira jamais teria a mesma força. Dadá
grampeava e produzia denúncias que eram publicadas na revista Veja,
dirigida por Policarpo Júnior, e amplificadas no Congresso pelo
"mosqueteiro da ética" Demóstenes Torres. Com esse instrumento de
pressão poderoso, Cachoeira fortalecia sua atividade tradicional – de
jogos ilegais – e pavimentava novos negócios, como a parceria com a
empreiteira Delta, de Fernando Cavendish.
Dadá foi fonte de diversos jornalistas em Brasília, mas era com Veja e
Policarpo que Cachoeira construiu uma parceria mais sólida. Houve até um
momento, captado pelas operações Vegas e Monte Carlo, em que Policarpo
pede a Cachoeira para levantar ligações de um político goiano, o
deputado Jovair Arantes (PTB-GO).
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