sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O verdadeiro fim do mundo

Rússia: Torcida do Zenit pede ao clube para não contratar gays, negros e latinos


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Jogador brasileiro Hulk.
Mais homofobia vinda da Rússia. Lamentável. Lamentável, também, o racismo!
Torcedores do Zenit, de São Petersburgo, na Rússia, causaram um grande escândalo nesta segunda-feira ao publicar um manifesto no qual pedem para que o clube deixe de contratar jogadores gays, negros ou latino-americanos.
Este absurdo surgiu em meio a uma onda de protestos de atletas russos do elenco contra o valor astronômico (mais de R$ 100 milhões) desembolsado para a contratação do brasileiro Hulk, que chegou ao clube em setembro e foi o jogador mais caro da última janela de transferências do futebol europeu.
Apesar do conteúdo nitidamente racista e homofóbico do texto publicado no seu site, o grupo de torcedores Landskrona rejeitou qualquer acusação de racismo. “Não somos racistas, mas, para nós, a ausência de jogadores negros no Zenit faz parte de uma importante tradição, que marca a identidade do clube”, disse o manifesto.
São racistas, sim! Deveriam ter a coragem de assumir isso.
O texto ainda diz que o clube “nunca foi mentalmente relacionado com África, América do Sul, Austrália ou Oceania” e alega que o clube “está impondo jogadores negros no time praticamente à força”.
A empresa semiestatal Gazprom, gigante mundial do mercado de gás natural e proprietária do Zenit, divulgou um comunicado para pedir mais tolerância ao seus torcedores e deixou claro que “a contratação dos jogadores não tem nada a ver com a nacionalidade ou a cor da pele”.
“A luta contra qualquer forma de intolerância é um princípio de base para o desenvolvimento do clube, do futebol e do esporte no mundo todo”, completou a Gazprom.
O elenco do Zenit já havia sido personagem de uma controvérsia envolvendo a chegada de Hulk. Em setembro, vários jogadores do elenco boicotaram o atacante brasileiro por conta do alto salário que ele recebe. O volante Desinov, antigo capitão da equipe, chegou a declarar que tais valores só se justificariam se fossem Messi ou Iniesta.
Trecho do manifesto (cuidado para não vomitar no computador!):
“Nós não somos racistas, mas a ausência de jogadores negros na escalação do Zenit é uma importante tradição que enfatiza a identidade do clube e nada mais.
Nós como o clube mais setentrional das grandes cidades europeias nunca compartilhamos a mentalidade da África, América do Sul, Austrália ou Oceania. Nós apenas queremos jogadores de outras nações eslavas, como Ucrânia e Belarus, assim como dos países bálticos e Escandinávia. Temos a mesma mentalidade, histórico e cultura que estas nações.
Grande parte desses campeonatos é jogada em climas duros. Nessas condições, às vezes é difícil para os jogadores técnicos de países quentes exibirem seus talentos no futebol de forma completa. Queremos jogadores mais próximos da nossa alma e mentalidade para jogar pelo Zenit. E somos contra a inclusão de representantes das minorias sexuais no time”.
Imagina o quanto o Hulk não deve sofrer jogando no Zenit. Deveria haver uma campanha mundial, séria, contra o racismo e a homofobia no futebol. A Fifa poderia deveria fazer algo.
Sobre o Zenit, a empresa semiestatal, a Gazprom, em um país cujo governo é homofóbico. Aí fica complicado mesmo.
No Entre Nós/Com Texto Livre

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