quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Segundo IPEA, de 2003 a 2009 a vulnerabilidade das famílias brasileiras foi reduzida

Na maioria das unidades da federação, o avanço na qualidade de vida – conceito oposto ao de vulnerabilidade das famílias – foi superior a 10% entre 2003 e 2009. Em média, o país registrou melhoria de 14,3% no mesmo período. Essa foi a conclusão do Comunicado do Ipea nº 131 – Vulnerabilidade das famílias entre 2003 e 2009, divulgado nesta terça-feira, 17, em Brasília. “Acredito que este seja um índice razoável. O acesso ao trabalho e à renda melhoraram muito. Assim como ao conhecimento. Mas não de forma tão rápida”, disse o coordenador de Estudos Urbanos da Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea (Dirur), Bernardo Furtado, durante a apresentação.

De acordo com o estudo, os únicos estados em que a qualidade de vida melhorou menos que 10% no período foram o Pará, onde o avanço foi de 7,7%, Rondônia, que apresentou 8,8%, e Amazonas, com 6,8%. Os dados confirmam o fato de que a região Norte, em média, registrou melhorias menos significativas em relação às demais regiões. Em termos regionais, a análise mostra que os efeitos de redução da vulnerabilidade no período foram diferenciados entre as regiões e entre as dimensões. Em termos de acesso ao conhecimento, por exemplo, a redução da vulnerabilidade na região Norte foi de apenas 1,2%, bem inferior ao desempenho das outras regiões, da ordem de 7,5%. O mesmo ocorre em relação às condições habitacionais.

O Nordeste obteve avanços importantes proporcionalmente em relação às outras regiões. No entanto, na média, ainda possui índice de vulnerabilidade superior ao da região Norte. Segundo Bernardo Furtado, a região mantém os maiores valores em termos absolutos, indicando que a vulnerabilidade como um todo concentra-se com maior intensidade nas áreas rurais, em Alagoas, Maranhão, Piauí e interiores do Ceará e de Pernambuco. As unidades que apresentaram os melhores resultados foram o Distrito Federal, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

O índice

Realizado com base nos dados do PNAD de 2003 a 2009, o estudo analisa o índice de vulnerabilidade das famílias brasileiras em seis dimensões – vulnerabilidade, acesso ao conhecimento, acesso ao trabalho, escassez de recursos, desenvolvimento infanto-juvenil e condições habitacionais – e traz os dados particulares de unidades da federação, bem como as confrontações dos números entre urbano e rural, metropolitano e não-metropolitano.

O índice leva em consideração critérios como, no caso da vulnerabilidade social, a capacidade da família de prover sua sustentabilidade, tanto financeira quanto de forma mais ampla, já que considera como parâmetros centrais a presença de bebês, crianças e idosos e cônjuges e sua proporção em relação ao número de dependentes no âmbito da família. Mais do que objeto de política pública, os resultados dessa dimensão retratam a evolução e composição dos membros familiares e sua capacidade de reprodução.

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