Ao contrário do que muita gente é induzida a crer, principalmente pelos interessados em deixar a situação como está, o financiamento público das campanhas eleitorais pode significar um grande baque na corrupção ao limitar os gastos e os compromissos assumidos com os interesses de grandes empresários, depois recompensados com dinheiro público em escala desproporcionalmente maior ao que é investido.
Basta ler uma notícia saida hoje nos jornais, informando que o Fundo Partidário garantirá a 29 legendas este ano a quantia de R$325 milhões, recursos que são vedados por lei de serem utilizados em campanha. 95% dessa dinheirama são distribuidos proporcionalmente aos partidos pela votação obtida para a Câmara Federal e os restantes 5% distribuidos igualitariamente entre essas 29 legendas.
Ou seja, ainda que um partido não tenha qualquer parlamentar federal, ainda assim, terá cerca de R$500 mil para sustentar-se e livremente fazer acordo com qualquer coronel da política para bancá-lo nas eleições, muitas vezes só para tirar votos de adversários. Esta outra mazela quase tão comprometedora da lisura do processo eleitoral quanto à intervenção do poder econômico.
Portanto, já é hora de redimensionar-se esse fundo para que ele seja a fonte única dos financiamentos de campanhas, modificando-se dispositivo da legislação em vigor que o proíbe, e deixando a cargo dos partidos e seus candidatos a tarefa de bancar as respectivas campanhas. Livre da influência do poder econômico, que muito contribuiu para o Brasil se tornasse um dos países mais desiguais, por conta de uma histórica relação promíscua entre esses dois poderes: o político e o econômico.
Financiamento público de campanha, não é à toa que PSDB e PMDB são contras, boa parte da fonte de corrupção na gestão pública estaria resolvida, mas não vejo o povo do Basta ou dos Cansados tocarem no assunto.
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