Mais do que de festa, o momento serve para refletirmos sobre como superaremos certos gargalos para festejar o nosso IV Centenário vivendo em uma Belém mais humana, ambientalmente sustentável, próspera e pacífica.
Infelizmente, nos últimos sete anos, constatou-se desoladamente uma caminhada na contramão, por parte da atual administração, que preferiu ignorar as conquistas conduzidas pelo Ministério das Cidades, Estatuto das Cidades e a administração petista sua antecessora, que discutia com a população quais as prioridades da cidade. Hoje, somos tomados pelo susto da ação governamental imposta, frequentemente através de uma licitação cercada de suspeitas de irregularidades e à revelia da vontade popular, desvirtuando-se o princípio da audiência pública, lamentavelmente, transformado em comunicado posterior ao fato consumado.
O resultado, como não poderia deixar de ser, não é nada satisfatório. Menos mal que estamos em reta final, então, devemos todos concentrar nossos esforços em pensar ações governamentais no sentido de fazer com que Belém volte a caminhar para a frente e resgatar as conquistas legais e sociais que viabilizam essa caminhada. Nesse sentido, é fundamental que os conselhos voltem a ser parceiros da administração pública conforme é previsto no Estatuto das Cidades, esse grande instrumento de conquista da cidadania a fim de que se garanta a preservação de determinadas áreas da especulação imobiliária, bem como recoloque o direito social à moradia como fundamental. Como fundamental, também, é a Lei da Mobilidade Urbana como auxiliar da próxima administração que Belém terá para que tenhamos um outro olhar ao sistema de trânsito da cidade, na perspectiva da humanização do mesmo e da relevância do coletivo em relação ao individual.
Precisamos qualificar também a burocracia da PMB. É espantoso que, no último ano de governo, o prefeito resolva abrir vários concursos públicos, ainda assim, eivados de vícios e suspeitas, portanto, passíveis de anulação. Logo ele, que trabalhou seus dois mandatos com um grande contingente de servidores temporários e assessores especiais.
Precisamos inserir o município na Política Nacional de Cultura e superar a vexatória situação da eterna dependência dos mecenas de plantão. Quando esses retiram-se da cena é a própria atividade cultural que fecha as cortinas e encerra-se como espetáculo.
Enfim, vejo esses e outros pontos aqui não abordados como pré condições para que se resgate a auto estima da cidade. É comum ver a população reclamar da sujeira do nosso espaço público, sendo isso consequência de uma espécie de desamor por ela. É possível. Porém, penso que esse desamor é um péssimo exemplo que vem de cima. Se o gestor não dá bom exemplo, infelizmente, a população tende a seguir o mau exemplo. Por isso, acho que qualquer cobrança que se venha a fazer da população para que trate bem da sua cidade deve estar umbilicalmente vinculada a aspectos aqui abordados e que devem constituir-se primordialmente obrigação de quem a governa, sem o que não há saída.
De qualquer modo, Belém é imensamente maior do que eventuais contratempos e merece os nossos mais entusiasmados parabéns e o compromisso público de empenhar-se em fazer dela uma cidade cada vez mais bela e gostosa de se morar.
Vereador, vc tem razão são 8 anos anos de atraso para Belém com a desastrada "administração" do Duciomar Costa.
ResponderExcluirComo belenense pediria como presente, que o povo enterrasse politicamente esse embusteiro, já nem peço que ele pague pelos seus crimes e desmandos.