Com o intuito de mostrar os males dos agrotóxicos e garantir força para a campanha contra o uso desses produtos, o Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançou uma carta na qual pede aos candidatos a prefeito e a vereador de todo o Brasil que se comprometam a alertar sobre o uso e a proibição legal dos venenos.
O documento pede aos candidatos que se comprometam com três temas: que, caso sejam eleitos, lutem para estabelecer uma legislação proibindo o uso dos agrotóxicos em seu município; a proibição da pulverização aérea e a construção de políticas públicas de incentivo à agroecologia.
“A carta serve como um diálogo com os candidatos, para que eles conheçam o problema dos agrotóxicos e as alternativas de produção, como o modelo agroecológico”, afirma Nívea Regina da Silva, da direção nacional do MST. O texto será distribuída para candidatos nos 16 estados do país nos quais a campanha é organizada.
"Para preservar os bens naturais do município e garantir a soberania alimentar dos seus habitantes é necessária a adoção de políticas públicas com ações que apontem para o enfrentamento ao uso abusivo de agrotóxicos – bem como o empreendimento de ações que contribuam no processo de transição para a agroecologia, que se baseia na produção de alimentos sem venenos e em convívio com o meio ambiente. Tais políticas devem ter objetivos claros e metas específicas de curto, médio e longo prazos", diz a carta.
Segundo o MST, desde 2008 o Brasil é o país que mais utiliza agrotóxico em seu sistema de produção agrícola, consumindo cerca de 20% do total dos produtos utilizados em todo o mundo. O consumo, ainda de acordo com o movimento, é de 5 litros por habitante ao ano, incluindo substâncias já proibidas em vários outros países devido a efeitos danosos ao ambiente e à saúde da população.
terça-feira, 31 de julho de 2012
Governo não pretende prorrogar IPI reduzido para carros
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira 31 que o governo não cogita prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis. "Não está em cogitação a prorrogação após agosto", disse Mantega. No final de maio, o governo federal reduziu o IPI para os carros – os de motor 1.0 – até 31 de agosto. Porém, condicionou a medida à manutenção dos empregos no setor.
O setor pressiona o governo a prorrogar a redução do imposto. Na semana passada, a General Motors (GM) anunciou o plano de demissões na montadora em São José dos Campos (SP). Em protesto contra as demissões, funcionários da empresa começaram a trabalhar hoje (31) com uma hora de atraso.
Após reunião com representantes do setor automobilístico, Mantega disse que a GM manteve o nível de funcionários e teve saldo positivo de contratações em junho, além de manter o acordo acertado com o governo, de manter os postos de trabalho em troca do IPI reduzido. Segundo Mantega, esse perfil se mantém também em relação ao setor automobilístico, que contratou 1,9 mil pessoas em junho.
"Foi cumprido o compromisso de não demissão e até de aumento de empregos. O total de emprego, na Anfavea [Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores] como um todo, era 144,9 mil empregos, em maio, 146,9 mil, em junho. O que nos interessa é que a GM tenha saldo positivo e esteja contratando, e isso está sendo cumprido ", disse Mantega.
Segundo o diretor de assuntos institucionais da GM e vice-presidente da Anfavea, Luiz Moan, o compromisso de não demitir em troca do IPI reduzido está mantido. De 2008 a junho deste ano, foram contratados 1.848 funcionários pela GM, conforme Moan. Até o fim do ano, o saldo de contratações deve chegar a 2.163. Segundo ele, está marcada uma reunião no próximo sábado (4) com os metalúrgicos de São José dos Campos.
(Agência Brasil)
O setor pressiona o governo a prorrogar a redução do imposto. Na semana passada, a General Motors (GM) anunciou o plano de demissões na montadora em São José dos Campos (SP). Em protesto contra as demissões, funcionários da empresa começaram a trabalhar hoje (31) com uma hora de atraso.
Após reunião com representantes do setor automobilístico, Mantega disse que a GM manteve o nível de funcionários e teve saldo positivo de contratações em junho, além de manter o acordo acertado com o governo, de manter os postos de trabalho em troca do IPI reduzido. Segundo Mantega, esse perfil se mantém também em relação ao setor automobilístico, que contratou 1,9 mil pessoas em junho.
"Foi cumprido o compromisso de não demissão e até de aumento de empregos. O total de emprego, na Anfavea [Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores] como um todo, era 144,9 mil empregos, em maio, 146,9 mil, em junho. O que nos interessa é que a GM tenha saldo positivo e esteja contratando, e isso está sendo cumprido ", disse Mantega.
Segundo o diretor de assuntos institucionais da GM e vice-presidente da Anfavea, Luiz Moan, o compromisso de não demitir em troca do IPI reduzido está mantido. De 2008 a junho deste ano, foram contratados 1.848 funcionários pela GM, conforme Moan. Até o fim do ano, o saldo de contratações deve chegar a 2.163. Segundo ele, está marcada uma reunião no próximo sábado (4) com os metalúrgicos de São José dos Campos.
(Agência Brasil)
Nem santa nem mito. Só atleta
Na Festa da Menina Morta, o belo filme de estreia como diretor de Matheus Nachtergaele, Daniel de Oliveira interpreta um santo de milagres duvidosos. Um deles aconteceu quando Santinho era ainda criança: uma premonição sobre o paradeiro de uma menina desaparecida em seu povoado no Amazonas; dela, porém, o santo só visualizou onde estavam os trapos da roupa, que logo virariam objetos sagrados apesar da tragédia não evitada. Foi o suficiente para alimentar durante anos um mito de alicerces questionáveis. Afinal, o santo estava vivo e a beneficiada pelo “milagre” estava morta. Pouco importa. O santo era apenas uma projeção; por viver recluso, jamais deu pistas à população devota que era humano, pecador e vacilante. Entre ele e a devoção, havia a fé, e esta não exige só milagres, mas a ocultação de qualquer fraqueza ou vacilo humano.
É assim mais ou menos como vejo a relação entre ídolo e torcida no esporte. Para se destacar, o ídolo precisa basicamente de duas matérias-primas: a fé das arquibancadas e a lenda em seu entorno. Para ele, anos de treino, dedicação e reclusão só terão efeito se seguidas por um milagre reconhecido: o gol no último instante, o salto extraordinário, a braçada no último fôlego, o golpe certo na hora certa.
Numa Olimpíada, a medalha no peito e o hino nacional ao fundo são quase cerimônias de beatificação automática. Diante da expectativa sobre ele, o atleta se difere de um trabalhador braçal ou de um artista – que arrancam satisfação ou aplauso da plateia sem precisar atropelar adversários diretos. O atleta, quando vai para a disputa, “é” o seu país nas Olimpíadas, na Libertadores da América, na Copa do Mundo ou no Mundial de Cuspe a Distância.
Quando ele cai de cara no chão ou aplica o golpe irregular, ele não é só desclassificado: ele leva ao chão todo o peso de um público sedento por dar corpo ao mito. E mito, como um santo da igreja, não perde. Não chora. Não peca. Não questiona. Simplesmente aceita a missão e triunfa. O mito esportivo é portanto a projeção de uma experiência extraordinária encarnada por pessoas ordinárias que o assistem de casa com suas vidas tolas, mesquinhas e sem grandes emoções longe do sofá.
Foi assim sempre e assim sempre será. Mas em Londres 2012 uma novidade tem chamado a atenção. Estes são os primeiros Jogos após a explosão das redes sociais. Com elas, o eco de derrotas ou vitórias ganha uma proporção assombrosa e vida própria. E levam a relação do esportista com seu público a um outro patamar. Se antes, de dentro do estádio, o atleta podia ouvir as vaias sem distinguir o que cada um expressava na multidão, agora a bronca o persegue. Antes as vaias eram encerradas tão logo chegava em casa – ou com as repercussões; hoje, quando chega em casa e se conecta, ele praticamente consegue materializar a ofensa e direcionar o revide. É quando toda a distância necessária para transformar feitos em mitos cai por terra.
Veja o caso de Rafaela Silva, a judoca eliminada por aplicar um golpe irregular quando tinha tudo para vencer a húngara Hedvig Karakas. Poucos a conheciam até então – logo, ela estava ainda longe de ser lembrada como mito, diferentemente da colega Sarah Menezes, a atleta que de um dia para o outro virou “símbolo da superação nacional” e todos os blablablas automaticamente lançados em rede nacional. Rafaela Silva tinha tudo para seguir a mesma trilha, mas, no meio do caminho entre a atleta e o mito, ela tropeçou. E, ao tropeçar provocou uma fúria que só as redes sociais conseguiram dar vazão – e que rede de tevê alguma conseguiria filtrar. Ao ver a “nossa representante” falhar, o torcedor esporádico descartou o potencial de devoção e passou a se comportar como um cliente que encontrou um fio de cabelo na sua lata de coca-cola. Um cliente que vai, pede o dinheiro de volta e monta um escarcéu para provar que foi injustiçado.
Essa nova relação cliente-empregado-atleta tem sido escancarada até aqui a cada tropeço de atleta brasileira. É como se a derrota lesasse o contribuinte que paga impostos para fomentar a estrutura esportiva nacional. O mesmo sujeito que se queixa por “bancar” o Bolsa Família com seu trabalho agora anda na bronca com mecanismos como o Bolsa Atleta. Basta entrar na internet para testemunhar. O que leva à conclusão: a lógica mercadológica que esvazia o discurso político também contamina o esporte. Talvez tenha sido sempre assim, mas só com as redes sociais essa rebelião ganhou de fato um canal de expressão.
E por canal de expressão entenda-se também um canal de revide. Poucos devem saber o que fez e o que falou Barbosa, o goleiro da seleção na final da Copa de 50, após a derrota para o Uruguai em pleno Maracanã. Ele seria facilmente trolado na internet se a disputa fosse hoje, e provavelmente responderia um a um em sua própria defesa. Foi o que fez Rafaela Silva, que distribuiu mais golpes aos agressores em sua conta de Twitter do que provavelmente em toda a sua vida no tatame. (Vale lembrar que na rede alguns golpes também são proibidos, como o caso da saltadora grega que publicou manifestações racistas em sua conta no Twitter e cortada dos Jogos, num exemplo de que a vida em rede está mais próxima da vida real do que imaginamos).
O episódio com a judoca Rafaela Silva foi simbólico desta sintonia. Ela não precisou de interlocutores, assessores de imprensa nem da pergunta certa na hora certa para se defender: foi à rede e mostrou que não quer ser mito nem santa nem “Brasil nas Olimpíadas”. Quer lembrar apenas que tem sangue na veia e vergonha na cara. E mostrar que nenhuma porrada chega sem dor, seja no tatame, seja na vida. E que respeito vale mais que qualquer devoção.
(Matheus Pichonelli- Carta Capital)
É assim mais ou menos como vejo a relação entre ídolo e torcida no esporte. Para se destacar, o ídolo precisa basicamente de duas matérias-primas: a fé das arquibancadas e a lenda em seu entorno. Para ele, anos de treino, dedicação e reclusão só terão efeito se seguidas por um milagre reconhecido: o gol no último instante, o salto extraordinário, a braçada no último fôlego, o golpe certo na hora certa.
Numa Olimpíada, a medalha no peito e o hino nacional ao fundo são quase cerimônias de beatificação automática. Diante da expectativa sobre ele, o atleta se difere de um trabalhador braçal ou de um artista – que arrancam satisfação ou aplauso da plateia sem precisar atropelar adversários diretos. O atleta, quando vai para a disputa, “é” o seu país nas Olimpíadas, na Libertadores da América, na Copa do Mundo ou no Mundial de Cuspe a Distância.
Quando ele cai de cara no chão ou aplica o golpe irregular, ele não é só desclassificado: ele leva ao chão todo o peso de um público sedento por dar corpo ao mito. E mito, como um santo da igreja, não perde. Não chora. Não peca. Não questiona. Simplesmente aceita a missão e triunfa. O mito esportivo é portanto a projeção de uma experiência extraordinária encarnada por pessoas ordinárias que o assistem de casa com suas vidas tolas, mesquinhas e sem grandes emoções longe do sofá.
Foi assim sempre e assim sempre será. Mas em Londres 2012 uma novidade tem chamado a atenção. Estes são os primeiros Jogos após a explosão das redes sociais. Com elas, o eco de derrotas ou vitórias ganha uma proporção assombrosa e vida própria. E levam a relação do esportista com seu público a um outro patamar. Se antes, de dentro do estádio, o atleta podia ouvir as vaias sem distinguir o que cada um expressava na multidão, agora a bronca o persegue. Antes as vaias eram encerradas tão logo chegava em casa – ou com as repercussões; hoje, quando chega em casa e se conecta, ele praticamente consegue materializar a ofensa e direcionar o revide. É quando toda a distância necessária para transformar feitos em mitos cai por terra.
Veja o caso de Rafaela Silva, a judoca eliminada por aplicar um golpe irregular quando tinha tudo para vencer a húngara Hedvig Karakas. Poucos a conheciam até então – logo, ela estava ainda longe de ser lembrada como mito, diferentemente da colega Sarah Menezes, a atleta que de um dia para o outro virou “símbolo da superação nacional” e todos os blablablas automaticamente lançados em rede nacional. Rafaela Silva tinha tudo para seguir a mesma trilha, mas, no meio do caminho entre a atleta e o mito, ela tropeçou. E, ao tropeçar provocou uma fúria que só as redes sociais conseguiram dar vazão – e que rede de tevê alguma conseguiria filtrar. Ao ver a “nossa representante” falhar, o torcedor esporádico descartou o potencial de devoção e passou a se comportar como um cliente que encontrou um fio de cabelo na sua lata de coca-cola. Um cliente que vai, pede o dinheiro de volta e monta um escarcéu para provar que foi injustiçado.
Essa nova relação cliente-empregado-atleta tem sido escancarada até aqui a cada tropeço de atleta brasileira. É como se a derrota lesasse o contribuinte que paga impostos para fomentar a estrutura esportiva nacional. O mesmo sujeito que se queixa por “bancar” o Bolsa Família com seu trabalho agora anda na bronca com mecanismos como o Bolsa Atleta. Basta entrar na internet para testemunhar. O que leva à conclusão: a lógica mercadológica que esvazia o discurso político também contamina o esporte. Talvez tenha sido sempre assim, mas só com as redes sociais essa rebelião ganhou de fato um canal de expressão.
E por canal de expressão entenda-se também um canal de revide. Poucos devem saber o que fez e o que falou Barbosa, o goleiro da seleção na final da Copa de 50, após a derrota para o Uruguai em pleno Maracanã. Ele seria facilmente trolado na internet se a disputa fosse hoje, e provavelmente responderia um a um em sua própria defesa. Foi o que fez Rafaela Silva, que distribuiu mais golpes aos agressores em sua conta de Twitter do que provavelmente em toda a sua vida no tatame. (Vale lembrar que na rede alguns golpes também são proibidos, como o caso da saltadora grega que publicou manifestações racistas em sua conta no Twitter e cortada dos Jogos, num exemplo de que a vida em rede está mais próxima da vida real do que imaginamos).
O episódio com a judoca Rafaela Silva foi simbólico desta sintonia. Ela não precisou de interlocutores, assessores de imprensa nem da pergunta certa na hora certa para se defender: foi à rede e mostrou que não quer ser mito nem santa nem “Brasil nas Olimpíadas”. Quer lembrar apenas que tem sangue na veia e vergonha na cara. E mostrar que nenhuma porrada chega sem dor, seja no tatame, seja na vida. E que respeito vale mais que qualquer devoção.
(Matheus Pichonelli- Carta Capital)
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Ato Público pede retirada de nomes da ditadura de monumentos públicos
A Articulação Estadual de Memória, Verdade e Justiça do Rio de Janeiro realizou no domingo (29) uma marcha de protesto pela orla de Copacabana contra militares e ex-militares acusados de tortura e violação aos direitos humanos durante a ditadura militar de 1964 a 1985. Os manifestantes pediram a retirada do nome de torturadores ou representantes da ditadura de qualquer monumento público e lembraram a necessidade de se criar um programa de proteção às testemunhas que deponham na Comissão da Verdade instalada pelo governo federal, além de reafirmarem que a comissão não deve só investigar, mas também divulgar e punir os responsáveis pelos crimes cometidos pelo estado brasileiro durante o período.
Cerca de 300 pessoas participaram da marcha que começou em frente ao hotel Copacabana Palace e terminou nas imediações do forte Duque de Caxias, no Leme. Lá, os estudantes do Levante Popular da Juventude realizaram um ato de escracho na estátua do ex-ditador Castelo Branco (1964-67).
“Estamos aqui para denunciar todo e qualquer monumento público que tenha o nome de ditador, porque não podemos aceitar que na nossa história continuemos a fazer reverências a ditadores. Isso aqui é um símbolo da ditadura. Por isso estamos aqui ‘empossando’ o Castelo Branco e dizendo: este não é presidente, este é ditador do Brasil!”, afirmou Larissa Cabral, estudante de Agronomia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e integrante do Levante Popular, após os estudantes colocarem uma faixa simbólica na estátua.
A estudante explicou que a escolha da estátua como palco do escracho, e não o endereço residencial de um acusado de tortura, foi uma decisão do Levante para dar ao ato “mais um caráter pedagógico do que de enfrentamento, e mobilizar mais pessoas que têm essa visão em torno do que foi a ditadura militar no Brasil; afinal de contas, não faz sentido passar em uma rua ou ir a uma praça lembrando esses caras como se eles tivessem contribuído positivamente para a história do país”.
O caráter pedagógico também foi ressaltado pela integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Carmem Diniz, durante o protesto. “Uma coisa importante é combater essa história de revanchismo. Revanchismo é querer torturar o torturador. Não é isso que a gente quer. Todos os países da América Latina estão fazendo julgamentos, menos o Brasil. Precisamos fazer esse julgamento, fortalecermos a Comissão da Verdade, para que essa impunidade não continue. Temos que apurar as responsabilidades para não continuarem acontecendo as torturas que nós sofremos nas delegacias, nos presídios e no campo. Por que os responsáveis pelos crimes do campo não são condenados? Por causa da impunidade!”, disse ela.
Proteção
Na passeata os manifestantes distribuíram uma nota de repúdio à invasão do Grupo Tortura Nunca Mais ocorrida no dia 19, menos de dez dias após o grupo receber ameaças telefônicas. Na ocasião foram furtadas notas fiscais de um programa de proteção às vítimas de violação aos direitos humanos subsidiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e cerca de R$ 1.500,00.
A partir do ocorrido com o Grupo Tortura Nunca Mais, integrantes de diversas organizações que compõem a Articulação Estadual de Memória, Verdade e Justiça do Rio de Janeiro ponturam a necessidade de se pensar na proteção das testemunhas que prestarão depoimentos na Comissão da Verdade. “Isso (ameaças) é uma coisa que aconteceu e acontece na Argentina e a gente começa a ver acontecer por aqui também”, disse Mario Augusto Jakobskind, integrante da comissão de direitos humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), à Carta Maior.
Para o jornalista deve se haver por parte do governo uma preocupação geral com relação às testemunhas, tanto pela integridade física como também com um atendimento psicológico para os traumas que renascem das lembranças de cárcere, torturas e desaparecimentos de conhecidos.
(Carta Maior)
Governador Simão Jatene ignora proibição da prática do nepotismo
Desde que foi editado o decreto que proíbe a contratação de parentes sem concurso, em 2010, o governo federal já identificou 174 casos, sendo exoneradas 132 pessoas, enquanto os restantes foram consideradas infundados.
Infelizmente, aqui no Pará, essa norma é solenemente ignorada e não é pequeno o número de assessores ligados por laços de parentesco com o próprio governador, com deputados, senadores e até membros do Poder Judiciário, conforme divulgou a jornalista Ana Célia Pinheiro em seu blog.
Mais constrangedor é ver o Ministério Público ciente de todas essas situações e manter-se omisso diante de quadro tão vergonhoso no trato do dinheiro público, como se nada de anormal estivesse acontecendo. Até quando?
Infelizmente, aqui no Pará, essa norma é solenemente ignorada e não é pequeno o número de assessores ligados por laços de parentesco com o próprio governador, com deputados, senadores e até membros do Poder Judiciário, conforme divulgou a jornalista Ana Célia Pinheiro em seu blog.
Mais constrangedor é ver o Ministério Público ciente de todas essas situações e manter-se omisso diante de quadro tão vergonhoso no trato do dinheiro público, como se nada de anormal estivesse acontecendo. Até quando?
Dilma: Supersimples completa cinco anos e atinge 6,5 milhões de adesões
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (30) que o sistema simplificado de tributação conhecido como Supersimples, ao completar cinco anos, atingiu a marca de 6,5 milhões de adesões de micro e pequenas empresas e de microempreendedores individuais.
No programa semanal Café com a Presidenta, ela lembrou que a adesão ao Supersimples permite acesso a um regime tributário diferenciado, simplificado e com impostos reduzidos. Segundo Dilma, apenas as micro e pequenas empresas que aderiram ao sistema são responsáveis por um em cada quatro empregos com carteira assinada no Brasil.
“Como o próprio nome já diz, o Supersimples simplifica a burocracia e diminui a carga de impostos, reduzindo custos e facilitando a formalização. Isso é importante porque essas empresas são grandes geradoras de oportunidades de trabalho, renda e riqueza em todo o país”, destacou.
De acordo com a presidenta, o número de microempreendedores individuais também vem crescendo e passou de 1 milhão no ano passado para 2,2 milhões em 2012. Dilma ressaltou que profissionais como cabeleireiros, doceiros e mecânicos podem se cadastrar por meio do site www.portaldoempreendedor.gov.br. Em seguida, o trabalhador emite um carnê para pagar a contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que representa 5% do salário.
“É preciso pagar essa contribuição todos os meses para que eles tenham os seus direitos assegurados – direitos como a licença maternidade, a aposentadoria por idade e o auxílio doença. E, é claro, o direito de emitir nota fiscal, de ter acesso ao crédito mais barato e de ter seu negócio totalmente legalizado”, destacou Dilma.
(Agência Brasil)
domingo, 29 de julho de 2012
Da série, "Ah...se fosse aqui!"
População de Londres critica engarrafamentos provocados pelas faixas de trânsito dedicadas aos jogos
Londres (Reino Unido)- Os Jogos Olímpicos começaram na cidade, porém nem toda a população está em clima de festa. Os taxistas londrinos dizem que está ficando inviável trabalhar durante o evento. A causa, segundo eles, são as “linhas olímpicas”, delimitação de faixas de trânsito que só podem ser usadas por autoridades, atletas, patrocinadores e organizadores dos jogos e imprensa credenciada.
A estratégia do governo local foi implantada para evitar que a “família olímpica”, ou VIPs, como estão sendo chamados, cheguem atrasados aos eventos esportivos. Para o resto da população, no entanto, sobram engarrafamentos.
George Cristous, taxista em Londres há 24 anos, disse que os jogos estão sendo um desastre para sua categoria e para quem trabalha na cidade. “Estamos perdendo dinheiro. Falei com minha família e penso em sair de Londres e voltar só em setembro [quando terminam as Paralimpíadas]”, disse ele, reclamando das faixas olímpicas e bloqueios feitos em várias ruas da cidade. “A consequência disso é que estamos voltando a uma recessão e os jogos vão acelerar esse processo”, acrescentou.
Ao todo são cerca de 50 quilômetros de vias exclusivas, localizadas nos principais trajetos da cidade com duas ou mais faixas, que devem ser usadas durante o evento por 4 mil carros e 1,5 mil ônibus levando a “família olímpica”. Quem usá-las sem autorização pode receber multa. Em alguns lugares em que as linhas olímpicas ocupam os corredores de ônibus, estes terão que usar as outras faixas, disputando-as com os carros e aumentando o congestionamento.
Para tentar diminuir o transtorno, o departamento de trânsito de Londres publicou anúncio sugerindo que as pessoas tentem ir à pé ao trabalho e assistam às competições em casa ou em lugares próximos. Pelo twitter, a prefeitura dá informações em tempo real sobre as condições de tráfego nas principais vias da cidade, geralmente recomendando que, se possível, determinado trajeto seja evitado ou feito de bicicleta.
A linhas de metrô do centro também estão cheias. Até o fim das competições, a estação de Marble Arch, por exemplo, localizada ao lado do Hyde Park, que receberá muitos eventos e onde as pessoas podem assistir às transmissões ao vivo por um telão, está fechada para embarque. Apenas quem quiser desembarcar ali pode usá-la. Na entrada, funcionários barram a entrada e direcionam as pessoas para a estação seguinte, a 700 metros de distância.
Apesar dos problemas, há quem veja pontos positivos, como o paulistano Maurício Rodrigues, que chegou na cidade há cinco dias para trabalho. “O trânsito está bem caótico, mas o bom é que tem bastante opção, muitos ônibus, o metrô, e a gente pode escolher. Se fosse em São Paulo, seria mais caótico ainda. Aqui é mais organizado”.
(Agência Brasil)
A estratégia do governo local foi implantada para evitar que a “família olímpica”, ou VIPs, como estão sendo chamados, cheguem atrasados aos eventos esportivos. Para o resto da população, no entanto, sobram engarrafamentos.
George Cristous, taxista em Londres há 24 anos, disse que os jogos estão sendo um desastre para sua categoria e para quem trabalha na cidade. “Estamos perdendo dinheiro. Falei com minha família e penso em sair de Londres e voltar só em setembro [quando terminam as Paralimpíadas]”, disse ele, reclamando das faixas olímpicas e bloqueios feitos em várias ruas da cidade. “A consequência disso é que estamos voltando a uma recessão e os jogos vão acelerar esse processo”, acrescentou.
Ao todo são cerca de 50 quilômetros de vias exclusivas, localizadas nos principais trajetos da cidade com duas ou mais faixas, que devem ser usadas durante o evento por 4 mil carros e 1,5 mil ônibus levando a “família olímpica”. Quem usá-las sem autorização pode receber multa. Em alguns lugares em que as linhas olímpicas ocupam os corredores de ônibus, estes terão que usar as outras faixas, disputando-as com os carros e aumentando o congestionamento.
Para tentar diminuir o transtorno, o departamento de trânsito de Londres publicou anúncio sugerindo que as pessoas tentem ir à pé ao trabalho e assistam às competições em casa ou em lugares próximos. Pelo twitter, a prefeitura dá informações em tempo real sobre as condições de tráfego nas principais vias da cidade, geralmente recomendando que, se possível, determinado trajeto seja evitado ou feito de bicicleta.
A linhas de metrô do centro também estão cheias. Até o fim das competições, a estação de Marble Arch, por exemplo, localizada ao lado do Hyde Park, que receberá muitos eventos e onde as pessoas podem assistir às transmissões ao vivo por um telão, está fechada para embarque. Apenas quem quiser desembarcar ali pode usá-la. Na entrada, funcionários barram a entrada e direcionam as pessoas para a estação seguinte, a 700 metros de distância.
Apesar dos problemas, há quem veja pontos positivos, como o paulistano Maurício Rodrigues, que chegou na cidade há cinco dias para trabalho. “O trânsito está bem caótico, mas o bom é que tem bastante opção, muitos ônibus, o metrô, e a gente pode escolher. Se fosse em São Paulo, seria mais caótico ainda. Aqui é mais organizado”.
(Agência Brasil)
A face cruel do governo Jatene
Não pode cair no esquecimento o que está denunciado hoje em reportagem de O Liberal, a respeito do tratamento dispensdo pela Santa Casa. Segundo a matéria, assinada pelos repórteres Moisés Sarraf e Fernanda Martins, divulgando a declaração do pai de uma das vítimas, "Em um enorme freezer, vários corpos de bebês amarrados em sacos plásticos e empilhados uns sobre os outros como se fossem coisa sem valor".
Com certeza, parece que o governo Jatene acha isso. Por isso, é preciso que o Ministério Público abra procediemnto investigatório a fim de apurar essa maldade, que levou uma avó ao desespero, pois não pode ao menos vestir seu netinho que já estava congelado e teve que ser sepultado como "coisa". E não apareceu até aqui qualquer tucano para fazer o mesmo estardalhaço feito em 2008. Pelo visto, tanto naquele momento como agora a intenção era apenas eleitoreira.
Com certeza, parece que o governo Jatene acha isso. Por isso, é preciso que o Ministério Público abra procediemnto investigatório a fim de apurar essa maldade, que levou uma avó ao desespero, pois não pode ao menos vestir seu netinho que já estava congelado e teve que ser sepultado como "coisa". E não apareceu até aqui qualquer tucano para fazer o mesmo estardalhaço feito em 2008. Pelo visto, tanto naquele momento como agora a intenção era apenas eleitoreira.
A polêmica da Estação BRT
Um colunista faz hoje especulação preocupante, ao dizer que a retomada pela PMB da área onde funcionou o Parque de Exposições do Entroncamento não será mais usada para a construção da Estação de Passageiros que farão o transbordo dos ônibus comuns para os veículos do BRT, seguindo sua viagem.
Lembremos que parte daquela área é objeto do desejo da especulação imobiliária e isso ficou claro com o empenho do vereador Gervásio Morgado em mudar o gabarito das construções por lá. Portanto, é preciso que isso seja esclarecido o mais rápido possível, de preferência já nesta semana e é bom que a Cãmara já trate o tema na reabertura dos seus trabalhos, na 4ª feira, por isso estarei cobrando esclarecimentos e, se for o caso, pedindo providências ao Ministério das Cidades, caso essa obra, que é fundamental e bancada com dinheiro federal, seja desvirtuada e sacrificada em favor de interesses particulares.
Lembremos que parte daquela área é objeto do desejo da especulação imobiliária e isso ficou claro com o empenho do vereador Gervásio Morgado em mudar o gabarito das construções por lá. Portanto, é preciso que isso seja esclarecido o mais rápido possível, de preferência já nesta semana e é bom que a Cãmara já trate o tema na reabertura dos seus trabalhos, na 4ª feira, por isso estarei cobrando esclarecimentos e, se for o caso, pedindo providências ao Ministério das Cidades, caso essa obra, que é fundamental e bancada com dinheiro federal, seja desvirtuada e sacrificada em favor de interesses particulares.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Jatene brinca com a saúde do povo.
As denúncias sobre a superlotação na Santa Casa de Misericórdia continuam. Agora, descobriu-se que os novos leitos de UTI anunciados pelo governador para desafogar o atendimento a bebês em situação de risco não passaram de pirotecnia. Na verdade, as máquinas foram montadas apenas para as filmagens e fotografias, sendo depois encaixotadas novamente.
Jatene está brincando com o povo. Ou melhor, com a vida do povo.
Em meu governo, enfrentamos um problema grave no mesmo hospital. É fato que o problema é oriundo da municipalização dos serviços de saúde, que aconteceu sem que os municípios tivessem estrutura para comportar estes serviços. Logo, ele só poderá ser combatido através de um apoio do governo estadual aos municípios, para que proporcionem uma atenção básica em saúde de qualidade. Para isso, instituímos o Programa de Atenção Básica, que repassava aos municípios recursos, ajudando a custear aos serviços de saúde. Mas este repasse já não é mais feito.
Instalamos também Unidades de Cuidados Intermediários em hospitais municipais e conveniados com o SUS, para dar a assistência necessária a parturientes com gravidez de risco, desafogando o atendimento na capital e salvando vidas. Foram inauguradas 6 UCIs Neo-Natais: Belém(Hospital Abelardo Santos), Abaetetuba, Ananindeua, Castanhal, Bragança e Parauapebas.
Ajudamos os municípios a aumentar as equipes do programa saúde da família. O programa, que atendia 21,64% da população de 119 municípios em 2006 passou a cobrir 41% em 137 municípios. Aplicamos ao longo de 4 anos cerca de 5,3 bilhões de reais na saúde pública, 37,5% a mais do que o governo anterior.
Cuidamos também da Santa Casa. Investimos na ampliação dos serviços de UTI, com a instalação de 18 novos leitos, dando um salto de quase 90% neste tipo de leitos do hospital. Fora o investimento na construção do novo prédio da Santa Casa. Orçada em R$ 110,8 milhões, a nova Santa Casa terá 180 novos leitos, quase duplicando a capacidade de atendimento do prédio atual, tornando-a moderna e capaz de satisfazer as necessidades da população.
Convém destacar que a obra, recebida por Jatene em andamento e com recursos garantidos, andou a passos de tartaruga. Recentemente ela tem aparecido na publicidade oficial como uma obra de Jatene. Mas o povo paraense sabe quem cuidou da saúde das nossas mulheres e crianças, não é mesmo?
( blog da Ana Julia)
quinta-feira, 26 de julho de 2012
TAXA CAIU 2,3 PONTOS PERCENTUAIS EM RELAÇÃO AO MÊS ANTERIOR E FICOU EM 36,5% AO ANO, INFORMOU O BANCO CENTRAL
Agência Brasil - As famílias pagaram, em junho, a taxa de juros mais baixa da série histórica do Banco Central, iniciada em julho de 1994. A taxa caiu 2,3 pontos percentuais em relação ao mês anterior e ficou em 36,5% ao ano. No caso das empresas, houve redução de 1,2 ponto percentual, para 23,8% ao ano.De acordo com o BC, a inadimplência (como são considerados os atrasos superiores a 90 dias) caiu 0,1 ponto percentual tanto para empresas quanto para pessoas físicas. No caso das famílias, a taxa de inadimplência ficou em 7,8% e das empresas, em 4%.O spread (diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes) caiu 2 pontos percentuais para 28,5 pontos percentuais. O spread das operações com empresas teve redução de 0,9 ponto percentual, para 15,9 pontos percentuais.
TAXA CAIU 2,3 PONTOS PERCENTUAIS EM RELAÇÃO AO MÊS ANTERIOR E FICOU EM 36,5% AO ANO, INFORMOU O BANCO CENTRAL
Agência Brasil - As famílias pagaram, em junho, a taxa de juros mais baixa da série histórica do Banco Central, iniciada em julho de 1994. A taxa caiu 2,3 pontos percentuais em relação ao mês anterior e ficou em 36,5% ao ano. No caso das empresas, houve redução de 1,2 ponto percentual, para 23,8% ao ano.
De acordo com o BC, a inadimplência (como são considerados os atrasos superiores a 90 dias) caiu 0,1 ponto percentual tanto para empresas quanto para pessoas físicas. No caso das famílias, a taxa de inadimplência ficou em 7,8% e das empresas, em 4%.
O spread (diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes) caiu 2 pontos percentuais para 28,5 pontos percentuais. O spread das operações com empresas teve redução de 0,9 ponto percentual, para 15,9 pontos percentuais.
Economia brasileira começa a recuperar o vigor, avalia governo em balanço do PAC
Brasília – No documento do quarto balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, o governo avalia que as perspectivas da economia continuam relativamente incertas. Segundo a análise, o aspecto mais grave desta etapa da crise iniciada em 2008 é que os países emergentes, como o Brasil, sentirão os efeitos do menor volume de comércio internacional, da instabilidade nos fluxos de recursos estrangeiros, da deterioração das expectativas de empresários e consumidores e, ainda da redução do crescimento da atividade econômica.
Mesmo diante desse quadro nos países considerados avançados, o governo defende que a economia brasileira começa a recuperar o vigor. No documento, técnicos destacam que o PAC é um “componente central para seguirmos essa trajetória de crescimento centrada, principalmente, em melhores condições de vida para a população”.
Diante da crise e dos avanços obtidos pelo Brasil, o governo defende que o PAC continue sendo um instrumento essencial para garantir que o investimento constitua uma das principais forças impulsionadoras do desenvolvimento do país.
O balanço do PAC foi divulgado hoje (26) no Ministério do Planejamento. O documento ressalta que, diante da desaceleração da economia mundial, o governo brasileiro tem atuado continuamente com medidas de estímulos tanto ao consumo quanto ao aumento da competitividade da economia. Entre as medidas, os técnicos do governo destacam as de redução de impostos e o aumento dos recursos para financiar o investimento, com queda das taxas de juros.
Para o governo, não há contradição entre o crescimento do consumo e o aumento do investimento. Para isso, informou o Ministério do Planejamento, o país tem um amplo conjunto de instrumentos de política econômica, como a flexibilização da política fiscal e o aumento da arrecadação com a formalização da economia.
Na avaliação do ministério, o Brasil está sob uma nova e promissora matriz econômica, importante para o investimento, a produção e o emprego. O documento destaca que os avanços não ameaçam a inflação, que, na expectativa do governo, seguiu em trajetória de declínio.
(Agência Brasil)
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Corra atrás, governador Jatene!
Unidades de saúde fluviais da Amazônia e Pantanal terão mais recursos
Municípios e estados interessados em solicitar recursos para as embarcações deverão apresentar projetos ao Ministério da Saúde
Estados e municípios da Amazônia Legal e do Pantanal receberão verbas mensais do Ministério da Saúde para custeio de Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), que circulam pelos rios com equipes que atendem às comunidades ribeirinhas. Cada unidade será custeada com valores entre R$ 40 mil R$ 50 mil por mês.
As unidades fluviais possuem consultório médico, odontológico e de enfermagem, além de ambiente para armazenamento e oferta de medicamentos, laboratório, sala de vacina, banheiros, sala para outros procedimentos ambulatoriais, cozinha e cabines com leitos em quantidade suficiente para abrigar a tripulação.
As embarcações contam com equipes de Saúde da Família Fluviais formadas, no mínimo, por médico, enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem e de laboratório, além dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). As embarcações também podem contar com dentista e auxiliar, ou ainda, de técnico de saúde bucal. As embarcações terão até R$ 600 mil anuais para manutenção dos serviços. Receberão mais as que prestarem serviços odontológicos.
Construção
Além do custeio às unidades fluviais, o ministério passou a liberar, no ano passado, verba para construção de 13 unidades no País. Outras 19, cujo processo de seleção dos municípios se encerrou no final de junho, devem ser aprovadas ainda este ano. Até 2014, serão 64 embarcações aprovadas. E para o funcionamento dos hospitais barcos o Ministério da Saúde investirá R$ 76,8 milhões.
“A população das regiões amazônicas necessitam deste tipo de serviço. Muitas vezes para chegar a um hospital convencional, o paciente passa dias viajando, seja em barco, carro ou de bicicleta. Com essas Unidades Básicas de Saúde Fluvial, as comunidades ganham em agilidade e qualidade de vida”, destaca o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Confira a portaria publicada nesta terça-feira (24) sobre o custeio para unidades fluviais. Os estados que compõe a Amazônia Legal são: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.
(Presidência da República)
(Presidência da República)
Erenice inocentada. E a Folha e a Veja?
Por Altamiro Borges
Numa notinha de 2.158 toques, a Folha noticia hoje que a ex-ministra Erenice Guerra foi inocentada no inquérito que apurou seu envolvimento num suposto esquema de tráfico da influência na Casa Civil. O caso foi arquivado pela Justiça Federal por absoluta falta de provas e a sentença do juiz Vallisney de Souza Oliveira teve o apoio do Ministério Público e a PF, que acompanharam o processo aberto há um ano e sete meses. Em síntese: tratou-se de mais um assassinato de reputação patrocinado pela mídia!
A própria Folha confirma o seu ato irresponsável e criminoso. “Erenice perdeu o cargo de ministra da Casa Civil em 2010, em meio à disputa presidencial. A queda ocorreu no dia em que a Folha revelou que ela recebeu um empresário e o orientou a contratar a consultoria do seu filho para conseguir um empréstimo no BNDES”. O tal “empresário” era Rubnei Quícoli, um notório vigarista que o jornal utilizou como fonte das suas acusações levianas para fabricar um mais um escândalo político.
As razões políticas do escândalo fabricado
O escândalo não teve apenas razões comerciais, não visou apenas aumentar as vendas com base em matérias sensacionalistas. Ele teve conotação política. Visou interferir diretamente nas eleições presidenciais de 2010. Erenice era considerada o braço direito da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ocupou a pasta quando esta deixou o posto para disputar a sucessão. A mesma Folha se jacta, na maior caradura, que “o escândalo tirou votos de Dilma e acabou contribuindo para levar a eleição ao segundo turno”.
Além da Folha, a revista Veja fez da denúncia leviana uma corrosiva peça de campanha eleitoral. Num gesto criminoso, ela obrou a capa terrorista com o título “Caraca, que dinheiro é esse”. A “reporcagem” dizia que pacotes de até R$ 200 mil teriam sido entregues no interior da Casa Civil, então comandada por Erenice Guerra. Tudo a partir de denúncias em off, de fontes anônimas. A revista não apresentou qualquer prova concreta e, na sequência, também se gabou da degola da ex-ministra. Um crime!
Agora, Erenice foi inocentada pela Justiça. E como ficam os assassinos de reputações da Folha e da Veja?
Numa notinha de 2.158 toques, a Folha noticia hoje que a ex-ministra Erenice Guerra foi inocentada no inquérito que apurou seu envolvimento num suposto esquema de tráfico da influência na Casa Civil. O caso foi arquivado pela Justiça Federal por absoluta falta de provas e a sentença do juiz Vallisney de Souza Oliveira teve o apoio do Ministério Público e a PF, que acompanharam o processo aberto há um ano e sete meses. Em síntese: tratou-se de mais um assassinato de reputação patrocinado pela mídia!
A própria Folha confirma o seu ato irresponsável e criminoso. “Erenice perdeu o cargo de ministra da Casa Civil em 2010, em meio à disputa presidencial. A queda ocorreu no dia em que a Folha revelou que ela recebeu um empresário e o orientou a contratar a consultoria do seu filho para conseguir um empréstimo no BNDES”. O tal “empresário” era Rubnei Quícoli, um notório vigarista que o jornal utilizou como fonte das suas acusações levianas para fabricar um mais um escândalo político.
As razões políticas do escândalo fabricado
O escândalo não teve apenas razões comerciais, não visou apenas aumentar as vendas com base em matérias sensacionalistas. Ele teve conotação política. Visou interferir diretamente nas eleições presidenciais de 2010. Erenice era considerada o braço direito da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ocupou a pasta quando esta deixou o posto para disputar a sucessão. A mesma Folha se jacta, na maior caradura, que “o escândalo tirou votos de Dilma e acabou contribuindo para levar a eleição ao segundo turno”.
Além da Folha, a revista Veja fez da denúncia leviana uma corrosiva peça de campanha eleitoral. Num gesto criminoso, ela obrou a capa terrorista com o título “Caraca, que dinheiro é esse”. A “reporcagem” dizia que pacotes de até R$ 200 mil teriam sido entregues no interior da Casa Civil, então comandada por Erenice Guerra. Tudo a partir de denúncias em off, de fontes anônimas. A revista não apresentou qualquer prova concreta e, na sequência, também se gabou da degola da ex-ministra. Um crime!
Agora, Erenice foi inocentada pela Justiça. E como ficam os assassinos de reputações da Folha e da Veja?
Estados terão compensação para cortar ICMS da energia elétrica, que hoje é responsável por cerca de 30% do preço final
A presidente Dilma Rousseff pretende convencer os governadores a aderir à redução da tributação do ICMS sobre energia elétrica – tal como o governo federal fará com o PIS/Cofins – mediante proposta que atenderia a uma antiga reivindicação dos Estados: diminuição do pagamento dos serviços das dívidas estaduais que foram renegociadas no fim dos anos 90 com a União. Além disso, haveria a troca do indexador aplicado nesses débitos.
Ao assinar os contratos de refinanciamento, os Estados concordaram com o limite de pagamento do serviço da dívida, que varia de 11,5% a 15% ao ano, conforme o caso. Há anos, os governadores pedem que esse comprometimento caia para a casa dos 9%. Reivindicam também a mudança do indexador da dívida do IGP-DI para o IPCA, desde que este, mais uma taxa fixa, não seja superior à Selic.
A presidente está disposta a negociar essas alterações – que independem de mudança legal – para que os governadores ajudem o governo federal a diminuir o custo da energia para grandes consumidores em cerca de 20%.
A redução da carga tributária incidente sobre a conta de energia é uma das principais medidas que o governo vai anunciar em agosto, provavelmente no dia 7, quando Dilma terá a terceira reunião deste ano com um grupo de empresários. A cobrança de impostos federais e estaduais e de uma série de encargos é responsável por cerca de 45% da fatura de energia, e essa foi uma das principais reivindicações do setor privado no primeiro encontro com a presidente, em março.
De lá para cá, a presidente começou a trabalhar em novas medidas para melhorar a competitividade da indústria e incentivar os investimentos, além de desvalorização cambial e queda de juros.
A alíquota do PIS/Cofins sobre a energia é de 8,5% e terá uma substancial redução. O que mais onera a conta de luz, porém, é a cobrança do ICMS. Dependendo do Estado, esse imposto supera 30%. Razão pela qual o governo quer o envolvimento dos governadores. Os encargos atuais, da Conta de Consumo de Combustível (CCC) à Luz para Todos, serão todos transferidos para o Tesouro Nacional.
Associado à essa iniciativa, o governo também espera obter uma redução tarifária importante – da ordem de 10% – por ocasião da prorrogação das concessões federais do setor elétrico por mais 20 a 25 anos.
Fonte: Valor Econômico
terça-feira, 24 de julho de 2012
Crime igual ao da revista Veja leva editora do "News of the World" ser acusada de se envolver com grampos ilegais. Diferente do Brasil, onde toda fonte é legítima
O ex-chefe de imprensa do premier David Cameron e a ex-editora do extinto tabloide “News of the World” vão ser indiciados pelo escândalo dos grampos ilegais no Reino Unido. Andy Coulson e Rebekah Brooks estão entre os oito jornalistas que serão formalmente acusados pelo caso que chocou o país no ano passado.
Segundo os promotores, Coulson e Rebekah - que também é ex-diretora executiva da News International e braço direito do magnata australiano Rupert Murdoch - tiveram envolvimento com os grampos ilegais quando eram editores do “News of the World”, fechado há um ano depois da revelação sobre escutas clandestinas. Outros seis jornalistas do extinto tabloide também serão indiciados. A pena máxima é de dois anos ou fiança.
- Concluí que no caso de oito dos 13 suspeitos há evidências suficientes para eles serem condenados por uma ou mais ofensas - disse Alison Levitt, assessor jurídico da Promotoria Pública britânica.
Coulson foi diretor de comunicações de David Cameron entre maio de 2010 e janeiro de 2011 e vai enfrentar quatro acusações, enquanto Rebekah deve rebater três queixas. Em comunicado, a braço direito de Rupert Murdoch disse ser inocente.
“Não sou culpada dessas acusações. Não autorizei, e nem sabia dos grampos ilegais enquanto fui editora”, disse Rebekah, que também é amiga pessoal do premier britânico.
A inglesa ainda disse ter se sentido especialmente incomodada com a acusação sobre Milly Dowler - adolescente assassinada em 2002 que teve telefone invadido por jornalista do “News of the World”, porque põe em xeque todos os anos de jornalismo que teria passado fazendo campanha por vítimas de crimes.
Os outros seis jornalistas que serão indiciados são o ex-editor do “News of the World” Stuart Kuttner, o ex-editor Greg Miskiw, os ex-editores-assistentes Ian Edmondson e James Weatherup, o ex-chefe de reportagem Neville Thurlbeck e o detetive particular Glem Mulcaire. A promotoria vai argumentar que mais de 600 pessoas, incluindo o casal de atores Brad Pitt e Angelina Jolie, foram vítimas de grampos ilegais.
O envolvimento de Coulson e Rebekah - ambos próximos ao premier britânico - transformou a investigação sobre os grampos ilegais em um escândalo da política nacional do Reino Unido, revelando as ligações entre políticos e a imprensa no país.
(Aposentado Invocado)
Segundo os promotores, Coulson e Rebekah - que também é ex-diretora executiva da News International e braço direito do magnata australiano Rupert Murdoch - tiveram envolvimento com os grampos ilegais quando eram editores do “News of the World”, fechado há um ano depois da revelação sobre escutas clandestinas. Outros seis jornalistas do extinto tabloide também serão indiciados. A pena máxima é de dois anos ou fiança.
- Concluí que no caso de oito dos 13 suspeitos há evidências suficientes para eles serem condenados por uma ou mais ofensas - disse Alison Levitt, assessor jurídico da Promotoria Pública britânica.
Coulson foi diretor de comunicações de David Cameron entre maio de 2010 e janeiro de 2011 e vai enfrentar quatro acusações, enquanto Rebekah deve rebater três queixas. Em comunicado, a braço direito de Rupert Murdoch disse ser inocente.
“Não sou culpada dessas acusações. Não autorizei, e nem sabia dos grampos ilegais enquanto fui editora”, disse Rebekah, que também é amiga pessoal do premier britânico.
A inglesa ainda disse ter se sentido especialmente incomodada com a acusação sobre Milly Dowler - adolescente assassinada em 2002 que teve telefone invadido por jornalista do “News of the World”, porque põe em xeque todos os anos de jornalismo que teria passado fazendo campanha por vítimas de crimes.
Os outros seis jornalistas que serão indiciados são o ex-editor do “News of the World” Stuart Kuttner, o ex-editor Greg Miskiw, os ex-editores-assistentes Ian Edmondson e James Weatherup, o ex-chefe de reportagem Neville Thurlbeck e o detetive particular Glem Mulcaire. A promotoria vai argumentar que mais de 600 pessoas, incluindo o casal de atores Brad Pitt e Angelina Jolie, foram vítimas de grampos ilegais.
O envolvimento de Coulson e Rebekah - ambos próximos ao premier britânico - transformou a investigação sobre os grampos ilegais em um escândalo da política nacional do Reino Unido, revelando as ligações entre políticos e a imprensa no país.
(Aposentado Invocado)
Viva Valmir. Câmara finalmente aprova Sistema Municipal da Cultura
Depois de duas semanas de convocação extraordinária, a Câmara Municipal de Belém finalmente aprovou a Mensagem do Poder Executivo que cria o Sistema Municipal de Cultura. Foram 22 votos a favor e nenhum contra, prevalecendo assim, o bom senso que resultou na aprovação dessa que é uma conquista da classe artística paraense e da população da cidade.
Fico feliz de ter colocado meu mandato à disposição dessa causa e ter participado, durante mais de um ano, de todos os debates, com os segmentos que fazem a cultura de nossa terra até chegar na minuta que hoje virou lei, pois a mesma representa uma grande conquista na medida em que, entre outros avanços, cria o Fundo Municipal de Cultura, mecanismo que substitui a política do mecenato e garante recursos às diversas produções que surgirem daqui pra frente; e garante, também, um percentual bem maior no Orçamento da PMB para o setor da cultura superando-se definitivamente a dotação centesimal, espera-se, principalmente do próximo prefeito, que assuma publicamente o compromisso com o que hoje foi aprovado.
Minha felicidade completou-se, ao ver aprovada emenda de minha autoria que dá o nome de "Lei Valmir Bispo do Santos" à proposta aprovada, justíssima homenagem a quem sempre sonhou com essa conquista e por ela lutou até fora das fronteiras de Belém.
Caixa começa a pagar hoje benefícios do PIS
Brasília - A Caixa Econômica Federal inicia hoje (24) o pagamento dos benefícios do Programa de Integração Social (PIS), relativos ao calendário 2012/2013. De acordo com a Caixa, gestora do PIS, 17,9 milhões de trabalhadores têm direito ao abono de R$ 622, enquanto 27 milhões de assalariados poderão sacar os rendimentos, em valores menores que o abono. Os rendimentos não retirados retornam para a conta de participação do trabalhador.
Beneficiários que têm conta-corrente ou poupança no banco terão o valor creditado automaticamente. Para isso, é preciso que o único titular da conta seja o trabalhador beneficiário do PIS.
As empresas conveniadas com a Caixa creditarão o benefício diretamente na folha de pagamento de julho e agosto dos funcionários. Mais de 27 mil empresas estão cadastradas, o que significa que aproximadamente 2,9 milhões de empregados receberão o abono ou os rendimentos do PIS nos contracheques.
Trabalhadores que não têm conta na Caixa e não estão vinculados a uma empresa conveniada poderão sacar o benefício a partir do dia 15 de agosto nos terminais de autoatendimento, nas casas lotéricas, nos correspondentes Caixa Aqui ou em uma agência do banco. Os benefícios serão liberados conforme o mês de nascimento do trabalhador (veja tabela abaixo).
O abono é um direito dos trabalhadores cadastrados no PIS ou Pasep até 2007, que tenham trabalhado no mínimo 30 dias, consecutivos ou não, no ano de 2011, com Carteira de Trabalho assinada por empresa. Também é preciso ter recebido, em média, até dois salários mínimos mensais e que os dados tenham sido informados corretamente pela empresa ao Ministério do Trabalho e Emprego na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do ano-base 2011.
O saque dos rendimentos é para o trabalhador cadastrado no PIS ou Pasep até 4 de outubro de 1988 e que tenha saldo na conta PIS. O pagamento obedece ao mesmo calendário do abono salarial.
O saque do saldo da conta PIS é permitido ao trabalhador que apresentar algum dos motivos previstos em lei: aposentadoria, invalidez permanente, reforma militar, transferência para a reserva remunerada, tratamento de aids ou câncer do titular ou de seus dependentes, morte do titular ou como benefício assistencial a pessoa com deficiência, ao idoso e ao participante com idade igual ou superior a 70 anos.
Para saber se tem direito ao abono salarial ou aos rendimentos do PIS, o trabalhador pode consultar a página da Caixa na internet, escolhendo as abas Você, Serviços Sociais, PIS e Consulta ao Pagamento.
Outra forma de consulta é pelo Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), no telefone 0800 726 0101, opção 2. O serviço funciona 24 horas por dia, nos sete dias da semana. Ao fazer a consulta pela internet ou pelo telefone, o trabalhador deve sempre ter em mãos o número do PIS.
Confira o calendário de pagamentos para quem não têm conta na Caixa Econômica Federal:
NASCIDOS EM:
Julho recebem a partir de 15/08/2012
Agosto recebem a partir de 22/08/2012
Setembro recebem a partir de 29/08/2012
Outubro recebem a partir de 12/09/2012
Novembro recebem a partir de 19/09/2012
Dezembro recebem a partir de 26/09/2012
Janeiro recebem a partir de 09/10/2012
Fevereiro recebem a partir de 17/10/2012
Março recebem a partir de 24/10/2012
Abril recebem a partir de 13/11/2012
Maio recebem a partir de 21/11/2012
Junho recebem a partir de 28/11/2012
(Agência Brasil)
No governo Jatene, Santa Casa brinca com a tragédia
Não são estranhos que dizem, mas médicos integrantes do Sindicato denunciando que a situação da UTI Neonatal da Santa Casa fere "os mais flexíveis protocolos de prevenção à infecção hospitalar e estão colocando em risco a vida dos recém-nascidos e das mães; ademais, a superlotação e a falta de estrutura de atendimento causa estresse e riscos aos profissionais envolvidos."
Curioso é que, quem mais fez estardalhaço midiático contra a gestão da Santa Casa, durante o governo Ana Júlia, hoje servindo ao governo tucano, nem ao menos admite a negligência e tenta transferir aos hospitais particulares a situação deplorável em que se encontra aquele hospital público, como se o trabalho daqueles hospitais pudesse encobrir, tanto as condições precárias da SCM quanto a revolta dos profissionais com as péssimas condições de trabalho.
(Com informações do DOL)
Curioso é que, quem mais fez estardalhaço midiático contra a gestão da Santa Casa, durante o governo Ana Júlia, hoje servindo ao governo tucano, nem ao menos admite a negligência e tenta transferir aos hospitais particulares a situação deplorável em que se encontra aquele hospital público, como se o trabalho daqueles hospitais pudesse encobrir, tanto as condições precárias da SCM quanto a revolta dos profissionais com as péssimas condições de trabalho.
(Com informações do DOL)
segunda-feira, 23 de julho de 2012
SEM ENROLAÇÃO, PELA VOTAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE CULTURA JÁ! (Forum Municipal de Cultura)
A Câmara está reunida, por convocação extra, para a votação de projetos, dentre os quais, o do Sistema Municipal de Cultura, o Plano Municipal de Educação, Autorização de Empréstimos pelo Executivo, além do PCCR dos servidores da CTBEL e a criação da AMUB (Autarquia Municipal de Mobilidade Urbana); mas há vários outros interesses eleitorais envolvidos, que podem inviabilizar a votação ou mesmo a aprovação do nosso projeto. O gargalo mais aparente é o projeto do executivo, que visa manter na administração da futura AMUB um dirigente nomeado pelo atual prefeito, medida que agride a Lei Orgânica do Município de Belém, mas que até a presente data não conta com manifestação formal contrária da Comissão de Justiça da CMB. Nesse “estica e encolhe” servidores, educação, cultura, nossa cidade e a sociedade continuam carentes de ações estruturantes e fundamentais, a mercê das disputas entre oposição x situação na Câmara Municipal de Belém. Outro elemento que se fortalece é a ação de alguns partidos que concorrem ao executivo, que efetivamente não querem iniciar seu governo com novas obrigações, leia-se novos gastos. Isso chega a ser perverso, pois encerra uma grande e crônica contradição, haja vista, que todos passaram os últimos anos apontando as mal feituras de cada prefeito oponente e quando, finalmente, algumas poucas questões são pautadas, no caso o Sistema Municipal de Cultura pautada pelo movimento cultural, tentam literalmente passar o rodo e inviabilizar. Solução? Participação mais efetiva da sociedade, pois, tudo o que fizemos até agora e a possível aprovação do Sistema de Cultura, constituem-se apenas em passos importantes para uma gestão cultural mais consequente e abrangente em nossa cidade, ou seja, o projeto requer articulação e mobilização continuadas e, sobretudo, presença de todos os segmentos interessados no tema, ao menos.
Amanhã (24.07), mais uma vez foi convocada Sessão Extraordinária, esperamos que os vereadores deixem de lado seus interesses eleitorais e façam jus à Convocação extraordinária votando e aprovando os projetos de interesse da cidade. É essa a expectativa dos movimentos culturais, que discutiram e lutaram para colocar o PL em pauta e esse é o compromisso assumido pelo Executivo e Legislativo junto ao Ministério da Cultura.
O seguro morreu de velho
Segundo os jornais da terra noticiam, é mais quem está contratando vigilantes particulares para guardar suas respectivas residências, nessa reta final do mês de julho. Quem pode, não vê a mínima graça em passar da "sensação de insegurança" à constatação que a bandidagem anda solta, enquanto a PM desloca grande parte do seu efetivo para garantir o sossego de figurões.
Assim, o secretário de segurança terá mais um dado estatístico para juntar a tudo que exibiu até aqui, como se fosse obra e graça da segurança pública do estado quando, na verdade, é a população fazendo das tripas coração para não ser pega desprevenida e virar alvo fácil da bandidagem que flana pelos quatro cantos do Pará.
Assim, o secretário de segurança terá mais um dado estatístico para juntar a tudo que exibiu até aqui, como se fosse obra e graça da segurança pública do estado quando, na verdade, é a população fazendo das tripas coração para não ser pega desprevenida e virar alvo fácil da bandidagem que flana pelos quatro cantos do Pará.
O falso elixir milagroso da privatização das teles
Se um camelô vender na praça um elixir da juventude garantindo que faz rejuvenescer 20 anos, acabará sendo preso por fraude. Se uma indústria de alimentos vender embalagem de um quilo de feijão contendo 900 gramas, será multada e a lei prevê até prisão para os donos da empresa.
A partir de hoje (23) – finalmente! – vigora a determinação da Anatel que proibiu temporariamente a venda de chips das empresas de telefonia celular, porque a rede não está dimensionada para atender o número de aparelhos vendidos. Estas empresas que venderam de propósito mais linhas do que suas redes comportam não são muito diferentes do fabricante que vende 900 gramas como se fosse um quilo, nem do camelô que vende elixir da juventude. Não estão entregando a mercadoria que deveriam.
E foi esse modelo de privatização que o tucanato deixou de legado, colocando o planejamento destes serviços públicos essenciais na mão invisível do mercado. À Anatel cabe multar ou proibir a venda, mas só fica sabendo depois que o serviço fica tão ruim que atinge uma massa crítica de usuários reclamando.
Até há pouco tempo a punição vinha sendo multas sobre as empresas. Mas parece que só pagar a multa compensava, perto do lucro que ganhavam ao saturar a rede, sem investir no mesmo ritmo do crescimento de usuários. A proibição da venda deve ser mais eficiente como punição, pois atinge o faturamento da empresa e sinaliza para o consumidor que está vendendo porcaria de serviço.
De qualquer forma essa situação, somada ao alto custo da ligação (sobretudo do celular pré-pago usado pelas pessoas de baixa renda), derruba a versão tucana de que a privatização das teles tenha sido um sucesso.
Como mostrou Aloysio Biondi em seu livro "O Brasil privatizado", a privatização deu prejuízo, pois o governo FHC investiu nas empresas mais dinheiro para "saneá-las" antes de privatizar do que arrecadou no leilão. Há uma falácia quanto ao alegado investimento privado trazido para o setor, pois grande parte não passa de fluxo de caixa gerado pelas tarifas, portando é dinheiro do usuário que paga a conta e não do investidor estrangeiro.
Pelo contrário, o que tem se notado é uma notável remessa de lucros para cobrir crises nas matrizes estrangeiras, sem reinvestir aqui. A queda de preços na habilitação da linha e dos aparelhos se deveu ao barateamento mundial da tecnologia e ao aumento de tarifas como a assinatura básica, e não à privatização em si.
A restrição da oferta em telefonia fixa já estava sendo resolvida com o saneamento do sistema Telebras antes de ser privatizada. E agora consolidou-se um mercado da má qualidade como padrão que todas as empresas seguem, atuando em forma de cartel, e que agora está tendo de ser reenquadrado pelo governo e pela Anatel.
O fato é que o antigo sistema Telebras nunca deveria ter sido privatizado. Era altamente lucrativo, mas já havia telefonia celular privada concorrendo com as estatais. Outras empresas de telefonia fixa privada poderiam entrar no mercado concorrendo com a Telebras. Mas a estatal deveria se manter como referência de qualidade mínima e de tarifas a custos acessíveis.
Desde 2010 o governo federal reativou a Telebras e está construindo uma grande rede nacional de fibra ótica para suprir banda larga no atacado, onde provedores podem explorar o varejo, levando o sinal até os domicílios. Até 2014, segundo as projeções oficiais, boa parte desta rede estará pronta, e a Telebras deverá ganhar musculatura. Como onde passam dados de internet passa voz digital, se as atuais operadoras não melhorarem muito e rápido, haverá forte pressão popular para a Telebras voltar a oferecer também telefonia. Aí sim o cidadão terá alternativa de qualidade e preço.
(rede Brasil Atual)
A partir de hoje (23) – finalmente! – vigora a determinação da Anatel que proibiu temporariamente a venda de chips das empresas de telefonia celular, porque a rede não está dimensionada para atender o número de aparelhos vendidos. Estas empresas que venderam de propósito mais linhas do que suas redes comportam não são muito diferentes do fabricante que vende 900 gramas como se fosse um quilo, nem do camelô que vende elixir da juventude. Não estão entregando a mercadoria que deveriam.
E foi esse modelo de privatização que o tucanato deixou de legado, colocando o planejamento destes serviços públicos essenciais na mão invisível do mercado. À Anatel cabe multar ou proibir a venda, mas só fica sabendo depois que o serviço fica tão ruim que atinge uma massa crítica de usuários reclamando.
Até há pouco tempo a punição vinha sendo multas sobre as empresas. Mas parece que só pagar a multa compensava, perto do lucro que ganhavam ao saturar a rede, sem investir no mesmo ritmo do crescimento de usuários. A proibição da venda deve ser mais eficiente como punição, pois atinge o faturamento da empresa e sinaliza para o consumidor que está vendendo porcaria de serviço.
De qualquer forma essa situação, somada ao alto custo da ligação (sobretudo do celular pré-pago usado pelas pessoas de baixa renda), derruba a versão tucana de que a privatização das teles tenha sido um sucesso.
Como mostrou Aloysio Biondi em seu livro "O Brasil privatizado", a privatização deu prejuízo, pois o governo FHC investiu nas empresas mais dinheiro para "saneá-las" antes de privatizar do que arrecadou no leilão. Há uma falácia quanto ao alegado investimento privado trazido para o setor, pois grande parte não passa de fluxo de caixa gerado pelas tarifas, portando é dinheiro do usuário que paga a conta e não do investidor estrangeiro.
Pelo contrário, o que tem se notado é uma notável remessa de lucros para cobrir crises nas matrizes estrangeiras, sem reinvestir aqui. A queda de preços na habilitação da linha e dos aparelhos se deveu ao barateamento mundial da tecnologia e ao aumento de tarifas como a assinatura básica, e não à privatização em si.
A restrição da oferta em telefonia fixa já estava sendo resolvida com o saneamento do sistema Telebras antes de ser privatizada. E agora consolidou-se um mercado da má qualidade como padrão que todas as empresas seguem, atuando em forma de cartel, e que agora está tendo de ser reenquadrado pelo governo e pela Anatel.
O fato é que o antigo sistema Telebras nunca deveria ter sido privatizado. Era altamente lucrativo, mas já havia telefonia celular privada concorrendo com as estatais. Outras empresas de telefonia fixa privada poderiam entrar no mercado concorrendo com a Telebras. Mas a estatal deveria se manter como referência de qualidade mínima e de tarifas a custos acessíveis.
Desde 2010 o governo federal reativou a Telebras e está construindo uma grande rede nacional de fibra ótica para suprir banda larga no atacado, onde provedores podem explorar o varejo, levando o sinal até os domicílios. Até 2014, segundo as projeções oficiais, boa parte desta rede estará pronta, e a Telebras deverá ganhar musculatura. Como onde passam dados de internet passa voz digital, se as atuais operadoras não melhorarem muito e rápido, haverá forte pressão popular para a Telebras voltar a oferecer também telefonia. Aí sim o cidadão terá alternativa de qualidade e preço.
(rede Brasil Atual)
domingo, 22 de julho de 2012
O general francês que veio ensinar a torturar no Brasil
Paris - “A tortura é eficaz, a maioria das pessoas não aguenta e fala. Depois, da maioria dos casos, nós os matávamos. Por acaso isso me colocou problemas de consciência? Não, a verdade é que não”. O autor dessa “confissão” é uma peça-chave da estratégia repressiva de prisões, torturas e desaparecimentos aplicada no sul da América Latina a partir dos anos 70. Trata-se do general francês Paul Aussaresses, ex-adido militar francês no Brasil (1973-1975), chefe do batalhão de paraquedistas, ex-combatente na Indochina, ex-membro da contra espionagem francesa, herói da Segunda Guerra Mundial, fundador do braço armado dos serviços especiais, promotor do uso da tortura durante a guerra colonial na Argélia e, sobretudo, instrutor das forças especiais norte-americanas em Fort Bragg, o famoso centro de treinamento da guerra contra insurgente, e no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus, criado por oficiais brasileiros formados na não menos famosa Escola das Américas, onde se formaram todos os militares latino-americanos que cobriram de sangue os anos 60, 70 e 80.
Paul Aussaresses é uma das espinhas dorsais da exportação da tortura e dos desaparecimentos, dois modelos herdados da guerra da Indochina a da Argélia e difundidos depois em todo o continente americano por um compacto grupo de oficiais francesas do qual Aussaresses foi um dos mais ativos representantes. Paul Aussaresses abriu muitos de seus segredos em várias ocasiões: em 2000, em uma explosiva entrevista publicada pelo Le Monde, onde reconheceu o uso da tortura; em três livros, “Não disse tudo, últimas revelações a serviço da França” (2008), “Serviços especiais, Argélia 1955-1957, meu testemunho sobre a tortura” (2001), “Por França, serviços especiais 1942-1954” (2001); e ainda em um documentário filmado em 2003 por Marie-Monique Robin, “Esquadrões da Morte, a escola francesa” (ver vídeo acima).
O fio condutor desta internacional da tortura da qual Aussaresses é um dos braços começa na Indochina, segue na Argélia e termina com o Plano Condor, cuja gestação, através de uma longa série de reuniões entre os militares da América do Sul e os instrutores franceses, se gestou entre 1960 e 1974. Sua primeira estrutura se chamou Agremil. O general francês expandiu pelo mundo os ensinamentos de um dos papas da guerra moderna: o tenente coronel Roger Trinquier, o maior teórico da repressão em zonas urbanas: torturas, incursões noturnas, desaparecimentos, busca da informação por todos os meios, operações de vigilância, divisão das cidades em zonas operacionais.
Em seus anos de adido militar no Brasil, Paul Aussaresses foi, segundo suas próprias palavras, um “bom amigo” de João Baptista Figueiredo, ex-ditador e ex-chefe dos serviços secretos, o SNI, e também de Sérgio Fleury, chefe dos “esquadrões da morte”.
Em seu período como instrutor no CIGS, em Manaus, ensinou aos oficiais brasileiros e latino-americanos que faziam formação ali tudo o que havia feito na Argélia. Segundo o general francês o embaixador francês daquela época, Michel Legendre, estava perfeitamente a par do que ele fazia em Manaus.
Segundo precisou Aussaresses, no CIGS se formaram “oficiais brasileiros, chilenos, argentinos e venezuelanos porque era um centro único na América Latina”. Como prova disso, no documentário de Marie-Monique Robin “Esquadrões da Morte, a Escola Francesa”, o chileno Manuel Contreras, chefe da DINA, reconheceu ter enviado a cada dois meses contingentes inteiros de agentes da DINA para o centro de treinamento brasileiro em Manaus. Paul Aussaresses também trabalhou na Escola de Inteligência de Brasília, onde formou muitos oficiais.
Entrevistado pela Folha de São Paulo em 2008, o general se mostrou mais loquaz do que quando o juiz francês Roger Leloir o interrogou a propósito de seu conhecimento do Plano Condor e das atividades dos conselheiros militares franceses na Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil. Na entrevista à Folha de São Paulo, Aussaresses reconhece que o Brasil participou ativamente do golpe militar contra o presidente chileno Salvador Allende mediante o envio de armas e aviões. Também evoca o que já havia contado em seu último livro, “Não disse tudo, últimas revelações ao serviço da França”, a saber, a morte sob tortura, em Manaus, de uma mulher que, segundo João Figueiredo, havia vindo ao Brasil para espioná-lo. O general francês assegura que a morte daquela mulher foi “um ato de defesa”.
Para Aussaresses, “a tortura se justifica se pode evitar a morte de inocentes”. Aussaresses não foi o único militar de alta patente que confessou o recurso sistemático da tortura durante a guerra colonial da Argélia e, particularmente, no que ficou conhecido como “A Batalha de Argel”. Esses episódios de tortura foram amplamente narrados pelo jornalista e político franco-argelino Henri Alleg em vários livros, entre eles “Guerre d’Algérie: Mémoires parallèles”. O que Alleg conta ocorreu quando o general Jacques Massu foi enviado para a Argélia e começou a aplicar a estratégia do terror. Massu foi o segundo oficial a confessar o que mais tarde se expandiria pelo sul da América.
(Edouardo Febbro- Carta Maior)
Paul Aussaresses é uma das espinhas dorsais da exportação da tortura e dos desaparecimentos, dois modelos herdados da guerra da Indochina a da Argélia e difundidos depois em todo o continente americano por um compacto grupo de oficiais francesas do qual Aussaresses foi um dos mais ativos representantes. Paul Aussaresses abriu muitos de seus segredos em várias ocasiões: em 2000, em uma explosiva entrevista publicada pelo Le Monde, onde reconheceu o uso da tortura; em três livros, “Não disse tudo, últimas revelações a serviço da França” (2008), “Serviços especiais, Argélia 1955-1957, meu testemunho sobre a tortura” (2001), “Por França, serviços especiais 1942-1954” (2001); e ainda em um documentário filmado em 2003 por Marie-Monique Robin, “Esquadrões da Morte, a escola francesa” (ver vídeo acima).
O fio condutor desta internacional da tortura da qual Aussaresses é um dos braços começa na Indochina, segue na Argélia e termina com o Plano Condor, cuja gestação, através de uma longa série de reuniões entre os militares da América do Sul e os instrutores franceses, se gestou entre 1960 e 1974. Sua primeira estrutura se chamou Agremil. O general francês expandiu pelo mundo os ensinamentos de um dos papas da guerra moderna: o tenente coronel Roger Trinquier, o maior teórico da repressão em zonas urbanas: torturas, incursões noturnas, desaparecimentos, busca da informação por todos os meios, operações de vigilância, divisão das cidades em zonas operacionais.
Em seus anos de adido militar no Brasil, Paul Aussaresses foi, segundo suas próprias palavras, um “bom amigo” de João Baptista Figueiredo, ex-ditador e ex-chefe dos serviços secretos, o SNI, e também de Sérgio Fleury, chefe dos “esquadrões da morte”.
Em seu período como instrutor no CIGS, em Manaus, ensinou aos oficiais brasileiros e latino-americanos que faziam formação ali tudo o que havia feito na Argélia. Segundo o general francês o embaixador francês daquela época, Michel Legendre, estava perfeitamente a par do que ele fazia em Manaus.
Segundo precisou Aussaresses, no CIGS se formaram “oficiais brasileiros, chilenos, argentinos e venezuelanos porque era um centro único na América Latina”. Como prova disso, no documentário de Marie-Monique Robin “Esquadrões da Morte, a Escola Francesa”, o chileno Manuel Contreras, chefe da DINA, reconheceu ter enviado a cada dois meses contingentes inteiros de agentes da DINA para o centro de treinamento brasileiro em Manaus. Paul Aussaresses também trabalhou na Escola de Inteligência de Brasília, onde formou muitos oficiais.
Entrevistado pela Folha de São Paulo em 2008, o general se mostrou mais loquaz do que quando o juiz francês Roger Leloir o interrogou a propósito de seu conhecimento do Plano Condor e das atividades dos conselheiros militares franceses na Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil. Na entrevista à Folha de São Paulo, Aussaresses reconhece que o Brasil participou ativamente do golpe militar contra o presidente chileno Salvador Allende mediante o envio de armas e aviões. Também evoca o que já havia contado em seu último livro, “Não disse tudo, últimas revelações ao serviço da França”, a saber, a morte sob tortura, em Manaus, de uma mulher que, segundo João Figueiredo, havia vindo ao Brasil para espioná-lo. O general francês assegura que a morte daquela mulher foi “um ato de defesa”.
Para Aussaresses, “a tortura se justifica se pode evitar a morte de inocentes”. Aussaresses não foi o único militar de alta patente que confessou o recurso sistemático da tortura durante a guerra colonial da Argélia e, particularmente, no que ficou conhecido como “A Batalha de Argel”. Esses episódios de tortura foram amplamente narrados pelo jornalista e político franco-argelino Henri Alleg em vários livros, entre eles “Guerre d’Algérie: Mémoires parallèles”. O que Alleg conta ocorreu quando o general Jacques Massu foi enviado para a Argélia e começou a aplicar a estratégia do terror. Massu foi o segundo oficial a confessar o que mais tarde se expandiria pelo sul da América.
(Edouardo Febbro- Carta Maior)
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