Este vídeo contém as falas do Vereador Marquinho feitas hoje na tribuna da CMB. Primeiramente o vereador criticou as mortes no campo que voltaram a ocorrer com grande frequencia no nosso Estado, resultado da falta de investimentos em políticas públicas do governo Jatene nesta área.
Em um segundo momento, quando acusado por um vereador tucano de está promovendo a invasão de terras, Marquinho disse que apoia SIM a luta de famílias que lutam pela dignidade à moradia, e que vai continuar lutando pelos moradores do Tapanã. "Eu exijo que Vossa Excelência me respeite. Meça as suas palavras antes de disseminar falácias vereador", disse Marquinho.
Leia abaixo o discurso:
"Senhor presidente desta Casa, senhore(a)s vereadore(a)s, eu estou pedindo para inserir nos anais da Câmara, a matéria de ontem do O Liberal e do Diário do Pará que falam sobre a invasão do PDS Esperança em Anapú, uma área defendida pela Irmã Dorothy (Stang), inclusive um dos motivos pela qual ela foi assassinada.
Eu trago essa questão para o debate de hoje por que, infelizmente, a partir de janeiro desse ano, com a coincidência da posse do governador Simão Jatene, a violência explodiu no campo. Várias lideranças sindicais assassinadas, a impunidade impera nesse Estado, e o que é pior: o governo do estado numa inércia, não toma atitude. O governador Simão Jatene até hoje não disse à que veio, e não diz uma palavra sequer sobre esses assassinatos que estão acontecendo, e o medo impera no campo, a impunidade, porque o que leva os madeireiros e pistoleiros invadirem o PDS Esperança? É a certeza da impunidade, porque sabem que hoje tem um governo que não tem tomado atitudes contra essas questões.
Portanto eu quero aqui fazem um apelo à esta Casa: vereadores e vereadoras do município de Belém, que nós possamos fazer uma manifestação, cobrar do governo do Estado ações concretas. Nós não podemos mais admitir que nos tempos atuais, essa violência barbárie continua da forma como está. Não podemos admitir que as pessoas queiram resolver as coisas na bala, tirando a vida dos outros.
Também eu quero fazer um apelo às lideranças políticas do estado do Pará: nós que defendemos os direitos humanos, defendemos a vida, temos que nos unir contra essa barbárie que está acontecendo no estado do Pará. Denunciar ao Ministério Público, à Justiça, chamar o governo federal novamente pra intervir no estado do Pará, provocar a ONU se for necessário, mas o Pará não pode ser mais visto da forma como está.
Eu quero aqui fazer um apêlo ao governador Simão Jatene: que tome atitude efetiva. Governador Simão Jatene, acorde! Acorde! Está na hora de começar esse governo! Está na hora desse governo começar a agir! Por que até hoje não tem nenhuma ação concreta que possa dizer: “Esse governo está fazendo algo pelo Pará.” Infelizmente está aí o retrato da gestão atual: a violência explodindo no campo e na cidade.
Uma ação do governo da ex-governadora Ana Júlia, que foi tirar a PM das instituições para colocar nas ruas, falta acontecer agora no governo do Simão Jatene. Tem um denúncia no jornal O Liberal de domingo (26), dizendo o presidente da Assembleia Legislativa, Pioneiro, tem usado até de escolta policial rodando com ele, ou seja, a polícia militar servindo de segurança particular, enquanto que a população está aí na rua sendo assaltada, assassinada, as lideranças sindicais sendo assassinadas no campo, sem a proteção familiar, enquanto que a polícia está nos gabinetes, nas instituições...
Portanto eu quero aqui, com este requerimento, chamar a atenção da sociedade, das autoridades, desta Casa, do governo estadual, da Assembleia Legislativa, da barbárie que está acontecendo nesse Estado.
Dezessete assassinatos este ano, invasão do PDS Esperança, mortes acontecendo nas cidades, portanto, onde nós vamos parar? Infelizmente, o retrato do Pará hoje, é do Pará da violência, da impunidade, da morte no campo e na cidade.
Eu peço o apoio de todos os vereadores e vereadoras, pra que a gente possa aprovar esse requerimento, e através de atitudes concretas, combater a grilagem, a pistolagem, a violência no campo, o desmatamento ilegal, e todos aqueles que tem feito do Pará um Estado de violência . Inclusive quinta-feira agora (30) eu estou puxando uma audiência pública lá no Tapanã. Estou convidando Ministério Público, OAB, Coden, Cohab, Tribunal de Justiça, Ouvidoria Agrária, porque eu não posso aceitar, admitir que lá no bairro do Tapanã, por exemplo, 22 reintegrações de posse para serem realizadas sem que a Justiça faça uma mediação pra buscar alternativas pra essas pessoas, e pode ter certeza, eu vou lutar para que aquelas pessoas lá do Tapanã tenham direito à dignidade, tenham direito a moradia.
O Governo Federal lançou o programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, a Caixa Econômica está negociando terrenos, os donos das áreas podem negociar seus terrenos com a CEF pra construção de casas populares nessas áreas.
Portanto, eu vou estar junto com o povo do Tapanã, lutando pra que essas pessoas tenham direito a moradia."
Vereador Marquinho
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