quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Gestão de Factóides
Recebi por email e publico texto do companheiro e sociólogo Cláudio Carvalho:
É PRECISO ENCONTRAR UM VERDADEIRO CAOS E MUITA IRRESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA PARA DECRETAR ESTADO DE EMERGÊNCIA NUM MUNICÍPIO.
Pelo menos não é o caso de Belém, onde até banda de música houve, na cerimônia da passagem da “faixa de executivo”, realizada dia 01 de janeiro, com grande pompa e com a presença do Ex prefeito Duciomar Costa. Para saudar a culminância de um processo de transição tranqüila, estabelecida entre as partes, divulgado amplamente pela imprensa falada, vista e escrita, que teve duração de funcionamento de mais de 30 dias e o atual prefeito Zenaldo Coutinho não se queixou desse quadro alarmante e aterrorizante, que agora está exalando para a cidade.
No caso da saúde é emblemático. Estamos com os HPSM interditados pela vigilância pública? O atendimento médico parou totalmente nas UMS? Existe divulgação de paralisação total de servidores e em estado de greve? Foi divulgado através dos órgãos oficiais e da grande imprensa sucateamento massivo de veículos e equipamentos cirúrgicos e de procedimentos operacionais? Não, nada disso está ocorrendo. Ou, pelo menos, não se ouviu falar durante o processo de transição e o atual prefeito não seria tão irresponsável a ponto de criar fatos fantasiosos, para justificar essa ou outra decisão da necessidade política pessoal de seu governo, incidindo num verdadeiro crime contra a administração pública.
A forma como se está apresentando, através da imprensa, o quadro da saúde, no município, como de “lastimável abandono em que se encontra”, não justifica decretar estado excepcional das coisas. Deveria o atual prefeito ter feito essas denúncias de forma antecipadas ao Ministério Publico e quem sabe até um registro de ocorrência policial sobre os vários aspectos que justificassem essas decisões, principalmente denunciando sumiço de bens da prefeitura, desvios de recursos públicos e má gestão, dentre outros, se houveram. Após todos esses esforços e procedimento, feitos para dar dignidade ao atendimento público e colocar em funcionamento todos os serviços essenciais, pois a população do município não pode sofrer as conseqüências da irresponsabilidade dos antigos gestores, justificaria a decisão de estado de emergência.
Aos trabalhadores e trabalhadoras da saúde e do município, à Câmara Municipal, à Assembléia Legislativa e Ministério Público, cabem o protesto rigoroso e as manifestações de repúdio, quando decisões políticas emanadas da gestão pública tentam sanar excepcionalidades na prestação de serviços, mas são identificadas, sem nenhuma justificativa consistente que prove que sem essas medidas há intenção ou perspectiva de inviabilizar uma nova administração. Ademais, Estado de Emergência, quando não justificável, representa politicamente governar e gerenciar processos por decreto. Isso são egocentrismos e autoritarismos no serviço público.
Belém/Pará – janeiro de 2013
Claudio Carvalho
Servidor Público Municipal de Belém
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DEIXA PRA LA, O POVO QUIS ASSIM E ASSIM SERÁ.
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