terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Atualização da “lista suja” do trabalho escravo inclui 56 empresas

 

Construtora MRV volta a figurar na lista e Caixa suspende financiamentos. Atualização aponta aumento do número de pecuaristas envolvidos no desmatamento da Amazônia
O governo federal divulgou, no dia 28 de dezembro, a atualização semestral da “lista suja” do trabalho escravo. Nessa nova versão do Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravo cresceu o número de empresas ligadas a criação de gado na região norte do país.
Outra novidade foi a volta da construtora MRV Engenharia à lista, que é mantida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR). Em consequência disso, a Caixa Econômica Federal anunciou, no último dia 2/1, que suspendeu novos contratos de financiamento à MRV. Os contratos em curso estão mantidos. “Os empreendimentos já contratados terão seu curso normal, tanto no que diz respeito à liberação das parcelas, quanto ao financiamento para os adquirentes das unidades habitacionais”, diz nota da instituição.
A atual versão traz 56 empresas que não estavam na versão anterior, de julho de 2012. Por outro lado, 31 empregadores conseguiram retirar seus nomes da lista, após passaram dois anos com seus nomes no cadastro, não reincidirem no crime e pagarem todas as multas. O saldo são 410 empregadores relacionados no cadastro.
A atualização evidencia a relação entre superexploração de trabalhadores, violações de direitos e devastação ambiental. Chama a atenção o número de inclusões de pecuaristas e de envolvidos na produção de carvão, dois setores em que flagrantes de escravidão têm sido recorrentes nos últimos anos. Segundo levantamento feito pela Repórter Brasil, mais de um terço das empresas incluídas no cadastro são do ramo da pecuária. Como nas últimas atualizações, nesta também entraram políticos.
Resposta da MRV
A inclusão no cadastro do ministério é resultado de operação de fiscalização em obra do Edifício Cosmopolitan, em Curitiba, em 2011. Não foi a primeira vez que a construtora entra na lista. No ano passado, também houve inclusão, mas uma liminar garantiu a retirada do registro. A MRV é uma das principais parceiras da Caixa no Programa Minha Casa, Minha Vida.
Em nota enviada à Bovespa, a construtora declara que “A inclusão decorre de fiscalização conduzida em 2011, em que foram identificadas supostas irregularidades promovidas por empresa terceirizada que prestava serviços para a MRV, a qual não trabalha mais para a Companhia desde 2011”. Na mesma nota, a empresa acrescenta “A inclusão decorre de fiscalização conduzida em 2011, em que foram identificadas supostas irregularidades promovidas por empresa terceirizada que prestava serviços para a MRV, a qual não trabalha mais para a Companhia desde 2011.”
Você pode fazer a busca por empresas no site da Repórter Brasil. Para acompanhar as atualizações recentes no cadastro, visite a página do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo.
(Extraído do Site do Instituto Ethos)

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