terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Estelionato da informação


tucano disfarçado  

 
No último domingo uma manifestação no Leblon que reuniu 70 (setenta) pessoas, foi realizada com a intenção de entregar virtualmente um troféu chamado “Algemas de Ouro” para os supostamente mais votados de uma enquete no Facebook que definiria os mais corruptos de 2012.
A enquete foi realizada pelo perfil de um movimento que se denomina “laico e apartidário” intitulado Movimento 31 de Julho, cujo blog só ataca o “mensalão” do PT, petistas e principalmente o ex-presidente Lula, e não faz qualquer menção a escândalos do PSDB como a Privataria tucana, a lista de Furnas ou o mensalão tucano, que seria o próximo a ser julgado pelo STF, tratado na página como o Olimpo dos Deuses. Qualquer besta política por mais alienada saberia distinguir o viés político-partidário do “movimento” já de cara.
Mesmo não tendo nenhuma condenação, indiciamento ou investigação em curso o ex-presidente Lula foi incluído na enquete sectária, que ignorou nomes como José Serra, FHC, Aécio Neves e outros tucanos sobre os quais pesam gravíssimas denúncias apuradas e comprovadas de participação direta sem que tenham tido consequências legais disso, ou seja, a impunidade que eles dizem combater.
Mesmo assim, como no Facebook não dá para maquiar o resultado da enquete, apurada pelo script da rede social, o grupo invalidou milhares de votos que foram dados a políticos do PSDB e DEM, como o ex-senador Demóstenes Torres, flagrado claramente em relacionamento direto com um conhecido contraventor e praticando diversos crimes, que tramitam na justiça, fraudando a vontade dos participantes para eleger Lula o vencedor.
Fingindo que não perceberam o partidarismo porcamente disfarçado na página do “movimento”, os grandes jornais trataram a enquete como um instrumento válido de percepção da sociedade alçando-a a condição de notícia, com repercussão pra lá de exagerada para uma enquete de 14.000 votos, que passa bem longe das enquetes mais votadas dessa rede social.
O esforço que a velha mídia faz para passar relevância a passeatas e protestos de menos de cem pessoas e enquetes de resultado manipulado em redes sociais são sintomas graves que evidenciam esse período de estelionato da informação que vivemos devido à abstinência de poder desses grupos.
Mas como vivemos em outra época e os meios de comunicação não detém mais o monopólio da informação apesar de controlar todos os recursos, e hoje é possível investigar onde eles se abstém voluntariamente, o incansável Stanley Burburinho descobriu algumas informações importantes sobre o líder do “Movimento” 31 de Julho, Altamir Tojal, que escreveu para o PSDB do Rio (Aqui e aqui) e tem seus livros apoiados pelo Jornal O Globo (Aqui).
No entanto, o mais grave foi informado por um jornalista conhecido e renomado que não quis ter seu nome revelado por nós: Altamir Tojal presta serviços de assessoria de imprensa para a empresa “Rio Bravo” de Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central do Brasil no governo FHC, e que tem recentemente atacado com frequência a política econômica do governo Dilma.
Como se vê, almoço grátis pode até existir, mas nunca nas hostes tucanas. Confecção de placas, máscaras, carro de som, em outras épocas foram vassouras… quem paga tudo isso senão o poder econômico? Rentistas insatisfeitos com selic baixa misturados com uma elite carcomida sentindo falta do antigo status de poder dá nisso. A velha mídia é claro, finge que não percebe e faz uma ginástica impossível para transformar sectários em apartidários. Só que ficaram nús, como sempre.
(Extraído do Blog Ponto e Contraponto)

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