Agora que os ânimos eleitorais estão serenando, pelo menos no que toca as eleições proporcionais, gostaria de defender-me de uma acusação irresponsável, assacada contra mim pela coluna Repórter 70, publicada pelo jornal O Liberal.
Na penúltima semana de setembro, apresentei requerimento ao plenário da Câmara Municipal de Belém sugerindo que a CTBel modificasse o local da chegada da romaria do Círio Fluvial, da praça Pedro Teixeira para a Praça Princesa Izabel. E o fiz movido pelo meu entendimento de que o Círio de Nazaré adquiriu proporções tão espetaculares que já não pode mais ser organizado como um evento restrito a dois dias e limitado ao centro da cidade. Nem precisa ser muito perspicaz para chegar a essa conclusão. Basta olhar o trajeto percorrido pela imagem peregrina, na sexta-feira que antecede a principal procissão, para constatar o quanto a devoção popular obriga que os organizadores do Círio sejam obrigados a atender a reverência dos fiéis de quase todos os devotos da virgem espalhados pelos municípios da Região Metropolitana de Belém, constituindo-se tal evento em emocionante ato de fé.
Foi pensando nessa expansão que imaginei como seria importante contemplar o mais populoso distrito de Belém, o DAGUA, que abrange os bairros do Jurunas, Guamá, Condor, Cremação e Terra Firme com a possibilidade de ser parte integrante do "Natal dos Paraenses", recebendo a imagem de Nossa Senhora de Nazaré em um dos logradouros mais antigos da história de nossa cidade. Além disso, contribuiria para desafogar o trânsito em uma das áres mais conturbadas de nossa cidade, que não seria privada da visão da romaria na medida em que é uma área dotada de uma razoável quantidade de janelas para o rio Guamá.
Infelizmente, de forma maldosa, a referida coluna preferiu ver minha iniciativa como um ato eleitoreiro com a população daquele bairro, apesar das urnas mostrarem que minha votação espalha-se pro todos os distritos da cidade, embora seja morador do DAGUA.
Finalmente, até acharia normal a crítica se fosse por uma divergência de pontos de vista, no entanto, julgo ser desrespeitosa e leviana a suposição do motivo, até mesmo porquê não fui procurado por ninguém do jornal me cobrando esclarecimentos. Por isso, penso que a acusação tem um viés do mais puro lemismo conservador, baseado na crença infundada de que certos espaços públicos e determinados eventos são propriedade de um segmento, cabendo ao 'resto', da periferia, limitar-se a contemplar. Decididamente essa concepção anacrônica de ver a cidade vem perdendo força com o passar do tempo e à medida que o país vai assumindo ares de pertencer a todos que o fazem grande. Felizmente e apesar dos que ainda se acham seus donos, Belém não é exceção.
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